O exército sírio entrou neste domingo (12) na cidade de Jisr al-Shughur, na província de Idleb, como resposta à suposta morte de 120 militares por rebeldes no local que é um foco de resistência na Síria, segundo informações da televisão estatal. A emissora ainda informou sobre a morte de duas pessoas e inúmeras prisões.
A cidade foi tomada pelas tropas do governo após a desativação de explosivos e cargas de dinamite colocados por grupos armados em pontes e ruas. Militantes dos direitos humanos informam que a cidade é palco de intensos bombardeios e pelo menos 200 tanques estariam no local.
Nos últimos dias, a repressão tem aumentado em Idleb, a 330 quilômetros da capital Damasco. A onda de violência assola a Síria há três meses – desde o início da revolta popular contra o regime de Bashar Al Assad.
Apesar das sanções e protestos internacionais, o regime sírio parece disposto a reprimir violentamente os protestos, classificados como ações de “selvageria” pela Turquia e como “espantosas” pela Casa Branca.
Enquanto os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU não chegam a um acordo sobre uma resolução para condenar a repressão, os Estados Unidos exigiram o fim imediato da “violência e brutalidade” no país asiático.
Na sexta-feira, numa violenta repressão em Maaret al Numan, nos arredores de Jisr al-Shughur, militares mataram cerca de dez civis ao disparar contra dezenas de milhares de manifestantes, de acordo com ativistas e testemunhas.
A TV estatal acusou “grupos terroristas armados” por um ataque ao quartel das forças de segurança de Maaret Al Numan e de ter ateado fogo a plantações ao redor de Jisr al-Shughur . No entanto, testemunhas garantem que foram os soldados quem incendiaram os campos de trigo da região.
No sábado, o exército sírio chegou à cidade de Jisr al-Shughour, cidade com cerca de 50 mil habitantes, mas que foi abandonada pela população com a chegada das tropas governamentais. O regime havia anunciado na véspera uma operação militar “a pedido dos habitantes”.
Em apoio a Jisr al-Shughur, dezenas de milhares de pessoas protestaram na sexta-feira em todo o país, numa convocação dos militantes pró-democracia. De acordo com ativistas dos direitos humanos, 25 pessoas morreram pelos militares que repreendiam esses movimentos.
Desde 15 de março, a repressão já deixou mais de 1,2 mil mortos na Síria, 10 mil presos e a fuga de outros milhares – 4,6 mil só em direção a Turquia -, de acordo com dados de organizações não governamentais. (Informações da France Presse)
Por: Da Redação