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EUA barram importação de petróleo russo; UE quer reduzir dependência

 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a proibição da importação do petróleo, gás e carvão da Rússia. É a mais nova sanção ao país, que é um grande produtor mundial de combustíveis fósseis. O Reino Unido pode aderir ao embargo.

O anúncio foi feito poucos minutos depois de a Comissão Europeia ter divulgado seus planos para reduzir a dependência de gás e energia oriundos da Rússia. Segundo o anúncio oficial, o objetivo é que o bloco diversifique suas fontes de energia e se torne mais autossuficiente “bem antes de 2030”.

Diante da iminência dos anúncios, o Brent disparou de manhã, ultrapassando os US$ 130 o barril. 

Até agora, EUA e aliados haviam poupado o setor de energia nas sanções impostas à Rússia pelo Ocidente, pois a Europa é muito dependente do gás russo – sobretudo a Alemanha.

EUA e UE chegaram a discutir um embargo conjunto, mas não chegaram a um consenso. Os EUA, então, decidiram seguir sozinhos com a decisão, e a expectativa é que os britânicos apoiem a medida.

“Haverá custos aqui nos EUA. Desde o início eu disse que defender a liberdade teria custos. Repulicanos e democratas entendem isso, entendem que está claro que devemos fazer isso”, disse Biden em seu discurso.

Plano da UE

No caso da UE, o plano é reduzir o uso de gás pelo bloco em 30% até 2030, de forma que o bloco consiga a “independência total” dos combustíveis fósseis da Rússia “bem antes” desta data.

O plano também se insere nos esforços da UE para cumprir as metas contra as mudanças climáticas. O objetivo é ampliar o consumo de energia a partir de outras fontes, sobretudo as renováveis.

“Devemos nos tornar independentes do petróleo, carvão e gás russos. Simplesmente não podemos confiar em um fornecedor que nos ameace explicitamente”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em comunicado.

Na madrugada desta terça-feira (8),  a Rússia ameaçou bloquear o envio de gás para a Europa.

Importações da Rússia

A Europa importa 41% do gás que consome da Rússia. Além disso, depende do petróleo (27% das importações) e do carvão (47% das compras) russos como fonte de energia.

Enquanto os Estados Unidos importam cerca de 400 mil barris diários de petróleo da Rússia, os países europeus compram muito mais: 4,3 milhões de barris por dia. Além disso, 800 mil barris chegam ao continente europeu via dutos – ou seja, um bloqueio coordenado demandaria tempo e não poderia ser imediato.

Os EUA, por sua vez,  ensaiam uma aproximação com a Venezuela para suprir seu mercado quando o bloqueio do petróleo russo entrar em vigor.

No caso do Reino Unido, as importações da Rússia são 8% do total comprado pelo país e 18% no caso do diesel.

A inclusão do petróleo na lista de sanções americanas vai representar uma escalada nas retaliações ocidentais à Rússia pela invasão da Ucrânia. Os insumos energéticos — petróleo e gás — não foram incluídos nas primeiras levas de sanções justamente pelo efeito bumerangue que provocariam, com preços de gasolina e energia disparando para os consumidores de EUA e Europa.

Nos Estados Unidos,  o galão de gasolina alcançou o maior patamar desde 2008, e os preços estão em alta em vários países europeus.

*Informações IG