A divulgação total de documentos ultrassecretos do governo poderia “abrir feridas”, disse hoje (13) o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele defende o sigilo eterno para algumas informações confidenciais do país, por exemplo, as que se referem a questões diplomáticas.
“A abertura total não. Documentos históricos, que fazem parte da nossa história diplomática, que tenham articulações, como a que Rio Branco teve que fazer muitas vezes, não podemos revelar esses documentos, senão vamos abrir feridas”, afirmou.
Ex-presidente da República, Sarney disse que os documentos sigilos que digam respeito ao “passado recente” do país devem ser divulgados. “De minha parte, acho que os nossos antepassados deixaram o país com fronteiras tranquilas, sem nenhum atrito com nenhum país. A nossa história foi construída não com batalhas, mas em negociação”, argumentou. “Quanto ao passado recente, penso que deva ser liberado mesmo. Quanto a mim, os meus documentos já são públicos, estão na Fundação José Sarney mais de 400 mil documentos para todas as consultas”, acrescentou.
A Lei Geral de Acesso à Informação está em análise no Senado. O texto estabelece, por exemplo, prazo máximo de 50 anos para o sigilo de documentos públicos. (AB)
Por: Da Redação