Corumbá

Asfalto da Pedro de Medeiros reflete diretamente na saúde dos moradores

Moradora tem que jogar água na rua direto para "abaixar a poeira", um sofrimento que está chegando ao fim (Foto: Clovis Neto)

 

Moradora tem que jogar água na rua direto para "abaixar a poeira", um sofrimento que está chegando ao fim (Foto: Clovis Neto)

Mais do que uma simples obra de infraestrutura, a pavimentação asfáltica da Rua Pedro de Medeiros, no Bairro da Popular Velha, vai refletir diretamente na saúde da população, em especial das crianças que residem naquela localidade. A pavimentação foi anunciada na tarde dessa terça-feira, 22, pelo prefeito Paulo Duarte, e bastante comemorada pelos moradores como se fosse um sonho realizado.

Apontada como emblemática e uma reivindicação de todos os moradores de um dos bairros mais antigo da cidade, a pavimentação da Rua Pedro de Medeiros está sendo finalmente executada. Primeiro serão executados os serviços topográficos para, em seguida, acontecer a preparação do solo e as fases seguintes.

A pavimentação será executada com recursos próprios da Prefeitura, oriundo dos impostos que a população paga. Serão sete quadras entre a Geraldino de Barros, na divisa com o Centro América, e a 15 de Novembro, além de parte da Frei Mariano, entre a Pedro de Medeiros e a Theodomiro Serra, totalizando 12.975,21 metros quadrados à base do Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), um tipo de pavimento mais resistente que o frio, com vida útil mais longa.

Uma conquista

Para a comunidade local, a obra está sendo considerada uma conquista e que vai causar reflexos positivos em todos os sentidos, como valorização do bairro, mas principalmente na saúde dos moradores.

Luciana Aparecida da Silva, 24 anos morando no local, tenta minimizar o problema da poeira causada pelo trânsito intenso de veículos, principalmente caminhões. “Temos que jogar água todos os dias para abaixar a poeira. É proibido o tráfego de caminhões por aqui, mas eles passam direto e o resultado é esse poeirão. Temos que limpar a casa duas vezes por dia, é muito sacrifício”.

Ressalta que na família, sua sogra, Isaura Dias Laranjeira, e a filha sofrem com a situação devido a problemas respiratórios, causados pela poeira. “A gente tem que sair daqui correndo pra levar minha sogra no médico. Com o asfalto aqui vai melhorar muito. Sempre foi a principal reivindicação dos moradores”.

Everton de Brito Lemos, 22 anos morando na Pedro de Medeiros, abriu um largo sorriso quando tomou conhecimento de que a rua seria finalmente pavimentada. E o primeiro pensamento foi o seu avô Thiago Macena de Brito, “que faleceu e não viu seu sonho se realizar”. Confidenciou que o asfalto sempre foi o principal pedido dos moradores. “É muita poeira. Aqui passa caminhão que não deveria passar, e levanta esse pó. Todo mundo tem que ficar com a casa fechada. Não tem condições. Agora, vai melhorar bastante. A gente achava que só ia passar o asfalto aqui quando o prédio do Instituto Federal ficasse pronto”, disse, se referindo à futura sede do IFMS que está sendo construída na mesma via.

Crianças sofrem

“As crianças são as que mais sofrem com problemas de saúde”, observou Marli de Brito Lemos, outra moradora no local. E ela confidencia nunca ter visto uma melhoria em sua rua. “Agora está vindo o asfalto. Nossa rua vai ficar bonita e a gente vai poder ficar fora de casa, na calçada”, observou, lembrando que, com a grande quantidade de poeira que se forma, “é preciso ficar somente dentro de casa, limpando toda hora. muita gente investiu aqui, construiu casas bonitas, mas mudaram por causa da poeira. E a Popular Velha é um bom bairro, perto do centro. Agora vai mudar muito”.

Edna Medeiros dos Santos, moradora antiga na rua, desde que nasceu, há 58 anos, tem dois bons motivos para comemorar. Um deles é o asfalto, mas o segundo é especial. “Esta obra é uma benção de Deus e vai ser benéfica para a minha filha que é deficiente e, devido à poeira, tem que viver dentro de casa. Ela tem alergia. Com o asfalto, a gente vai poder trazer ela pra calçada. Vai ser muito bom para a saúde dela”.

Lembra também seu pai, o pernambucano Edvaldo Santos. “Era um sonho. Meu pai faleceu no ano passado sem ver o asfalto passar aqui na frente, ele que foi um dos fundadores do bairro e brigou muito por isto”, confidenciou olhando para a amiga Rosangela Souza Cesário, 35 anos morando no local, que também se sente angustiada ao ver sua filha com problemas respiratórios devido ao excesso de pó. Para ela, o asfalto “vai melhorar muito aqui e minha filha terá mais saúde. Hoje, a gente tem que ficar com o umidificador de ar ligado direto”.

E já tem gente na Rua Pedro de Medeiros já pensando mais na frente, após a conclusão da pavimentação asfáltica. Com 60 anos morando na Pedro de Medeiros, Carlinda Dias disse que o problema da rua sempre foi a falta de infraestrutura e, olhando para a frente de sua casa, afirma que, após esta obra, vai “construir a calçada. Vai ser devagarinho, mas vou construir”.

 

Por: Da Redação