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Empregados no comércio de MS repudiam projeto da terceirização

 

Representantes dos trabalhadores no comércio dos municípios de Mato Grosso do Sul, reunidos ontem em Campo Grande, resolveram entrar na briga contra o “famigerado” Projeto de Lei 4.330/2004, que trata da terceirização. A Fetracom/MS (Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de MS e seus sindicatos filiados, que representam mais de 120 mil empregados no comércio, entendem que a medida provocará o caos no mercado de trabalho e um dos principais efeitos será a drástica redução de salários.

O salário dos trabalhadores terceirizados é 24% menor do que o dos empregados formais, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), informa Idelmar da Mota Lima, presidente da Fetracom/MS e do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande – Sec/CG.

Pedro Lima, presidente do Sec/Dourados, disse que “a bancada parlamentar Federal de Mato Grosso do Sul, eleita sobretudo com a maioria de votos da classe trabalhadora, no nosso entendimento, tem o dever de impedir que esse malfadado projeto de lei seja aprovado”.

“Apelamos aos senhores(as) deputados e senadores para que somem força contra a aprovação dessa matéria, que certamente provocará a redução de salário bem como, a extinção da estabilidade e outros direitos trabalhista e previdenciários”, afirmou Estevão Rocha dos Santos, presidente do Seaac/MS (Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio e em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Empresas de Serviços Contábeis de MS).

A Fetracom e seus sindicatos filiados, somam forças com outras federações, centrais sindicais e confederações, de trabalhadores na luta contra a aprovação da PL 4.330. “A classe trabalhadora sul-mato-grossense precisa tomar posição e contribuir para que o Brasil não seja afetado por tamanha ameaça”, afirma Divino José Martins, presidente do Sec/Ponta Porã.

Entre as consequencias, que causará a eventual aprovação do projeto de lei, a toda classe trabalhadora as entidades citam como exemplo, o salário dos trabalhadores terceirizados já serem em média 24% menor do que o dos empregados formais, segundo o Dieese. No setor bancário, a diferença é ainda maior: eles ganham em média um terço do salário dos contratados diretamente.

Além disso, os terceirizados trabalham em média, 3 horas a mais por semana do que contratados diretamente. Com esses trabalhadores fazendo jornadas maiores, certamente irá diminuir os postos de trabalho em todos os setores. “São por essas e outras razões, que não podemos permitir a aprovação desse Projeto”, afirma Sidney Ribeiro, presidente do Sec/Naviraí.

Participaram da reunião da Fetracom os seguintes presidentes de sindicatos de comerciários: Douglas Rodrigues Silgueiro, de Aquidauana; Orlando Terredor Pinto, de Corumbá; Pedro Lima, de Dourados; Sidney Ribeiro, de Naviraí; Nilson de Souza, de Nova Andradina; Claudemir Paulo da Silva, de Paranaíba; Divino José Martins, de Ponta Porã; Eurides Silveira de Freitas, de Três Lagoas e Clodoaldo Fernandes Alves, de Maracaju.

 

Por: Da Redação