Corumbá (MS) – Conta-se em Corumbá que o frei Mariano de Bagnaia, responsável pela igreja Nossa Senhora da Candelária e sobrevivente da Guerra do Paraguai, teria enterrado as suas sandálias em um local desconhecido como vingança por ter sido expulso da cidade. Em 2006, com base nessa história Heloísa Urt fundou o Bloco Sandálias de Frei Mariano.
Composto basicamente por servidores públicos no início, o bloco que caiu nas graças do povo e vem ganhando adeptos de e arrasta famílias inteiras, independente da profissão para a passarela do samba. Para o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira, cultivar a tradição é essencial para o fortalecimento do carnaval de Corumbá, “nossas raízes precisam ser fortalecidas e o bloco Sandálias de Frei Mariano faz parte da vasta e rica história dos carnavais da cidade”.
A novidade deste ano para Sandálias de Frei Mariano ficou por conta da mudança de dia e horário. Tradicionalmente o bloco saia às quartas-feiras de carnaval. Este ano, a pedido dos próprios foliões foram realizadas alterações. “O público-alvo do bloco solicitou a mudança e nós prontamente atendemos ao pedido e deu muito certo”, disse o presidente da Fundação de Cultura, Luiz Mário Cambará.
O sábado de manhã ficou ainda mais interessante para os foliões. O resgate do carnaval matutino chamou à atenção e agradou os visitantes, “Fazia muito tempo que o carnaval só acontecia à noite e a parte da manhã ficava sem nenhuma programação, além de descansar. Mas no nosso caso estamos aqui é para cansar e nos acabar de tanto brincar o carnaval”, sorriu a paulista, Laís Souza.
O tempo nublado não diminuiu o entusiasmo dos integrantes do bloco. “Respirar o carnaval está no sangue do corumbaense e nada mais justo do que vivenciá-lo em qualquer hora. Começar de manhã e terminar só na manhã seguinte é coisa de quem ama essa festa, e nós somos assim”, animou-se a corumbaense, Mayra Ferreira. E a chuva brindou mais um ano do bloco Sandálias de Frei Mariano enquanto os foliões dançaram ao som das tradicionais marchinha pela avenida General Rondon.
Por: Da Redação
