Esta terra, que viria a ser chamada Brasil, nem havia sido dominada pelas tropas portuguesas quando o alemão Johannes Gutemberg, em 1455, criou na Europa a prensa de tipos móveis que revolucionou o método de se produzir informação em todo o mundo. É o que chamamos hoje de impressão, que deu origem à denominação Imprensa.
O jornal, agora quase todo eletrônico, agilizou a publicação e multiplicou a informação, tornando seu acesso mais rápido e barato. Hoje a sensação é de que temos o mundo em nossas mãos diante de uma tecla e uma tela de computador ou smartfone. Estamos na era das redes sociais, com a notícia automatizada. Mas e como fica, nesse cenário pós-moderno, o papel do jornal impresso, a origem de tudo, que sempre teve o poder de traduzir a história do nosso cotidiano, da nossa rua, do nosso bairro, da nossa cidade?
Em Ladário, a resposta a esse questionamento está sendo dada por um projeto de Jornal Escolar criado pelo professor Alex Stefani dos Santos. O projeto tem como tema “Narrativas e histórias populares, escrevendo o cotidiano na Escola Municipal Profº João Baptista”. Abre um novo campo de discussões, aprendizado e conhecimento para os alunos do ensino fundamental I e II.
Na abertura da Oficina do Jornal Escolar, coordenada pelo jornalista Nelson Urt, os alunos foram incentivados a propor os assuntos a serem abordados em suas reportagens. Assim, nos primeiros números, conforme as propostas deles, o jornal vai trazer, além de informações básicas sobre o cotidiano da escola, matérias sobre música, esportes, história, ciências, poesias, crônicas e desenhos (história em quadrinhos, HQ). A periodicidade será mensal, com a impressão inicial de 100 exemplares.
Na introdução da oficina, Nelson Urt ministrou palestra e apresentou um vídeo sobre a criação da prensa móvel por Gutemberg e tudo o que ela representou para a ampliação do conhecimento universal. Os alunos receberam exemplares de todos os jornais impressos em circulação hoje em Ladário e Corumbá – Pérola News, Correio de Corumbá, Folha de Corumbá, Diário Corumbaense, Jornal da Mulher e até um número do Correio de Ladário, hoje inativo.
O objetivo principal, conforme o professor Alex Stefani dos Santos, é tornar o aluno protagonista da história de sua escola, de sua comunidade e sua cidade, despertando o sentimento crítico durante o fazer e escrever o jornal. “O jornal escolar deve ampliar as formas de comunicação já existentes, além de trabalhar internamente a interdisciplinaridade, aproximando as diferentes áreas do conhecimento através da participação integral dos docentes e alunos”, define o autor do projeto.
O brilho nos olhos dos alunos foi a melhor resposta na abertura da oficina do Jornal Escolar na manhã desta sexta, 24 de maio, no JB, a maior escola pública de Ladário. O resto dessa história será contada em breve nas páginas do jornal. (Jota Etcheverria / Navepress)