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Servidores do Estado não aceitam reajuste zero e podem fazer greve

 

A onda de reivindicações de reajustes salariais em maio também bate à porta do Estado. Diversas categorias, representadas por seus sindicatos, recusam-se a aceitar a ideia de que o governo não concederá o benefício aos servidores, sob argumentação de que a correção salarial já foi aplicada aos rendimentos dos funcionários públicos de Mato Grosso do Sul. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) disse recentemente que o aumento foi “antecipado” em dezembro do ano passado para todas as categorias.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol–MS), Alexandre Barbosa da Silva, por exemplo, argumenta que o direito ao reajuste aplica-se anualmente e que os índices aplicados em dezembro do ano passado referem-se à negociação de 2013, quando o porcentual foi concedido de forma escalonada: em maio daquele ano e nos meses de maio e dezembro de 2014. “Estamos aguardando audiência para discutir com o governo do Estado. Já discordamos dessa teoria de que o reajuste já foi concedido, não aceitamos essa desculpa porque o porcentual aplicado é de uma negociação antiga”, declarou.

O representante da categoria conta ainda que, na campanha eleitoral, o então candidato ao governo estadual, Azambuja, havia prometido que elevaria o salário dos policiais entre os cinco mais bem pagos do País. “O quinto melhor salário pago para a categoria no País é de R$ 5 mil, nós ganhamos R$ 3,6 mil, então, queremos que o governador cumpra sua promessa de campanha”, pontuou.

Representante dos servidores da administração penitenciária do Estado (Sinsap–MS), André Luiz Garcia Santiago, diz que as categorias da segurança pública tentam há algum tempo, sem sucesso, diálogo com o Executivo Estadual, mas o governo não tem mostrado o respeito prometido nas eleições de 2014. “Só estamos cobrando o que foi uma promessa de governo, mas temos tido dificuldades até em obter respostas oficiais para os ofícios que encaminhamos”. Segundo Garcia, “o governo alega problemas na arrecadação, mas este não é um problema dos servidores. O reajuste é previsto em lei. Além disso, como pode haver problema na arrecadação se reduziram a alíquota de 17% para 12%?”, questiona. Essa redução é referente à alíquota do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias (ICMS) que incide sobre o óleo diesel, mas que ainda não foi aprovada.

A Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), que teve o piso nacional de 13,01% aplicado em janeiro, ainda reivindica o índice de reajuste de 10,98%, estabelecido na lei 4.464/2013, além do reajuste dos funcionários administrativos da educação. A assessoria de imprensa da federação informou que a categoria tem um prazo estabelecido, de comum acordo com o Estado para fechar as negociações até 15 de maio.

Ontem de manhã, algumas categorias que se reuniram em frente à governadoria foram recebidas para conversar sobre um possível reajuste. Em nota, a assessoria de comunicação do Estado informou que os servidores foram atendidos pelos secretários de governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, da Casa Civil, Sérgio de Paula e de Administração, Carlos Alberto de Assis, para tratar sobre o reajuste salarial. Conforme o secretário Eduardo Riedel, o governo está analisando os números do Estado e convocará, na quinta-feira (7), uma reunião com o Fórum dos Servidores Públicos. (LJ)

 

Por: Da Redação