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Premiação faz alunos mais participativos e dedicados aos estudos, afirma Puccinelli

André entrega notebook a aluna Miriã Souza Araújo

 

André entrega notebook a aluna Miriã Souza Araújo

Ao fazer a entrega dos primeiros 953 prêmios do Programa Educação para o Sucesso neste ano, o governador André Puccinelli citou que uma das metas com essa iniciativa é reduzir a evasão escolar. A idéia deixou de ser teoria e se tornou prática na Escola Estadual José Ferreira, em Três Lagoas. A unidade de ensino, no bairro de Jupiá, tem uma peculiaridade: atende basicamente filhos da comunidade de pescadores, e por conta disso sofria muitas baixas no período de fechamento da pesca, porque as famílias iam buscar trabalho em outras regiões onde a prática estava liberada. Essa realidade mudou.

A diretora da escola, Marcia Elen de Oliveira Mestre, conta que nos últimos anos com o programa federal de pagamento do seguro-desemprego essa situação começou a mudar, e, desde o ano passado, as novidades na escola despertaram ainda mais nos pais e nos alunos a vontade de não interromper os estudos. “A evasão diminuiu em torno de 30%. Com o seguro-desemprego os pescadores não tem mais tanta necessidade de procurar outra região, e com o programa dos prêmios, os alunos têm muito mais interesse em terminar o ano letivo”, comemora a educadora.

E não são somente os alunos que se destacam que têm melhorando o rendimento. Há uma revolução mesmo entre aqueles que tinham as piores notas e sempre estiveram longe dos primeiros lugares. “Se você olhar o grupo todo, as notas começaram a subir. Criança que ia mal, que tinha nota 2, agora tem 6. No geral, as notas baixas diminuíram muito”, ela compara.

De novo

Entre os estudantes que estão muito acima da média, sucesso mesmo é se manter entre os primeiros. Essa era a meta da sorridente Miriã Souza Araújo, ganhadora do notebook no ano passado, e que neste ano estava feliz pelo número de prêmios ser maior, já que a disputa com um colega de sala estava acirrada pela liderança. “Eu pensei que ia ganhar, mas o segundo lugar. E acabei ficando em primeiro!”, comemorou ela, que venceu pelo critério de menos faltas e ficou com o tablet. Com a ampliação da premiação neste ano, os colegas segundo e terceiro colocados também ganharam, respectivamente, um netbook e uma bicicleta.

O pai, Merivan Ferreira de Souza, técnico em Operações, é todo orgulho, e revela uma curiosidade que mostra mais uma conquista do programa do governo do Estado. “No ano passado, na semana seguinte em que ela ganhou o prêmio, outros colegas apareceram e demonstraram vontade de estudar junto com ela”. “Isso incentiva mesmo. Tem muitas crianças que já falam que no próximo ano vai ser a vez deles ganharem”, completa a mãe, a professora Aldair Souza Araújo.

Orgulho dos pais, orgulho dos filhos

Essa saudável disputa motivou as amigas Isabela Mussopapo Carvalho e Vivian da Silva Lopes, 13 anos, alunas agora do 9º ano da Escola Estadual José Ferreira Lima, de Santa Rita do Pardo. A primeira, ficou em terceiro lugar na turma e Vivian foi a primeira colocada.

As duas atribuem a posição de classificação a um detalhe principal: o esforço até o último bimestre, mesmo que já tenha fechado as notas no bimestre anterior. A mãe de Isabela diz que até dentro de casa o programa está mexendo com o entusiasmo das crianças: a outra filha, de 9 anos, preferiu não acompanhar mãe e irmã na cerimônia do prêmio para não perder um dia de aula, e não ser prejudicada por falta na avaliação para o próximo ciclo do prêmio.

Na casa do torneiro Frederico Mesa Ajala é ele mesmo a fonte de orgulho como um dos melhores alunos da turma. Casado, 35 anos, pai de três filhos, ele foi o segundo colocado em sua turma de 4ª fase do Programa de Educação de Jovens e Adultos, em uma escola de Água Clara. Ganhou das mãos do governador um netbook, e agora tem seu próprio computador para usar a Internet, que até então acessava no equipamento emprestado do cunhado.

Os filhos, de 5, 6 e 8 anos, estudam em escola municipal e por isso não concorrem à premiação da qual o pai foi um dos vencedores. “Eu acredito, sim, que eu sou um exemplo para eles”, diz o trabalhador, que planeja continuar os estudos e cursar faculdade.

 

Por: Da Redação