Dos três senadores de Mato Grosso do Sul, dois votariam a favor da cassação de Demóstenes Torres (sem partido/GO). Ele enfrenta processo no Conselho de Ética do Senado após gravações de operação da PF (Polícia Federal) apontarem que recebia dinheiro e vazou informações para o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ele nega as acusações. Após a denúncia, ele deixou o DEM.
Conforme levantamento realizado pelo Correio Braziliense, os senadores Delcídio Amaral (PT) e Waldemir Moka (PMDB) são favoráveis à cassação. Já Antônio Russo (PR) não se manifestou.
Para Demóstenes ser cassado, são necessários 41 votos num universo de 80. Dos 64 parlamentares ouvidos pelo jornal, 43 prometeram votar pela cassação. Contudo, apenas 29 senadores abriram o próprio voto e autorizaram a publicação dos nomes na lista.
Preso desde 29 de fevereiro, Carlinhos Cachoeira é alvo de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) no Congresso Nacional. A comissão foi criada no dia 25 de abril einvestiga o envolvimento de Cachoeira com políticos e empresários.
Um dos desdobramentos da CPI do Cachoeira, foi o sigilo bancário, fiscal e telefônico da Construtora Delta, acusada de irrigar o esquema do contraventor. Em Mato Grosso do Sul, nos últimos anos, a Delta firmou contratos de R$ 164 milhões com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
Conforme relatório divulgado pela CGU (Controladoria-Geral da União), as obras são nas rodovias 158, 262, 267, 163. Já o governo do Estado teve dois contratos com a empresa, no valor de R$ 51 milhões.
A Construtora Delta ainda recebeu R$ 27,8 milhões de emendas parlamentares de políticos do Estado. O valor corresponde a 48 emendas que a União empenhou para as obras, tocadas pelo Dnit. No mês passado, a Delta Construções foi confirmada como vencedora da licitação para obras na BR-163, no valor de R$ 30 milhões. (CG News)
Por: Da Redação