Com média de 650 atendimentos mensais, Santa Casa de Corumbá tem 97% de resolutividade. As estatísticas foram apresentadas pelo presidente da Junta Interventora Administrativa da Santa Casa de Corumbá, Milton Carlos de Melo, e pelo diretor clínico do hospital, médico Eduardo Lasmar Pacheco, na Câmara Municipal de Corumbá na noite da segunda-feira, 08 de abril.
De acordo com o diretor-clínico da Santa Casa, as cirurgias eletivas, paralisadas durante a pandemia da Covid-19, foram retomadas no ano passado com o programa Opera Corumbá, promovido pela Prefeitura Municipal. Cerca de 700 pessoas já foram atendidas.
Executado totalmente com recursos próprios, o Opera Corumbá é um programa inovador do prefeito Marcelo Iunes, lançado em março de 2023.
Houve um avanço, a partir da adesão de novos profissionais médicos contratados para atender exclusivamente, esta demanda. “Mas é importante lembrar que o nosso centro cirúrgico só possui quatro salas de cirurgia que são usadas também para cesarianas, baleados, esfaqueados, fraturados, cirurgias vasculares, ou seja, várias cirurgias de urgência que precisam ser também divididas com as cirurgias eletivas”, revelou.
“As cirurgias mais represadas são as de vesícula, hérnia, e próstata, são as que estão sendo feitas. As cirurgias ortopédicas são de urgência, são poucas as cirurgias ortopédicas eletivas. Hoje nós temos média de 15 cirurgias eletivas, por dia, agendadas”, disse Lasmar .
“O nosso centro cirúrgico é pequeno para a quantidade de cirurgia que nós gostaríamos de fazer. Já realizamos 700 e acredito que, em breve, nós vamos conseguir dar uma diminuída na fila”, enfatizou o médico, acrescentando que são cirurgias patrocinadas pelo Município e pelo Estado, e que o hospital aguarda a formalização da parceria com o Governo Federal, que está em andamento.
Destacou que os novos profissionais vieram justamente para esta finalidade, já que outros profissionais médicos dividem seu tempo entre atendimentos nas unidades de saúde, nos consultórios e em cirurgias de urgência e emergência. Outro problema é que existem somente dois anestesistas para urgência e emergência dentro da Santa Casa, e que não há profissionais disponíveis no Estado para reforçar a equipe local.
“Só pra ter uma noção nós temos uma média de 650 pacientes por mês, quer dizer 650 papeletas do SUS, nós temos uma média de 18 transferências para Campo Grande, ou seja, menos de três por cento, o que significa que a Santa Casa de Corumbá tem resolutividade de 97% da população que procura”.
UTI Neonatal
Por sua vez, Milton Melo, informou que as construções de um novo Centro Obstétrico e da UTI Neonatal estão correndo na justiça, mas ele acredita que as obras do novo centro seja iniciada, por meio de uma parceria com a UniCesumar Corumbá, com a UTI ficando para o próximo ano.
Sobre a ‘dispensa’ de médicos, o presidente da Junta Interventora explicou que houve a rescisão contratual de uma empresa que prestava serviços à Santa Casa. Ele explicou que o hospital é “uma instituição privada com direitos públicos, que tem regras de administração” e formaliza contratos conforme a legislação brasileira, que pode ser desfeito a qualquer momento, pelas duas partes.
Lembrou ainda que, os médicos que faziam da empresa que teve o contrato rescindido, podem retornar a qualquer momento, contratados por outras empresas que prestam serviço à Santa Casa.
Em relação aos índices de óbitos de nascidos-vivos na maternidade local, a direção do hospital corumbaense, apresentou números, dando conta da redução nos últimos anos. Milton informou que, oito anos atrás, a média era de 40 óbitos. Houve uma redução gradativa e 2023 fechou com 18. Hoje são cinco nascidos-vivos que vieram a óbito.
Lasmar observou que o correto é não ter nenhum, que cada óbito “é uma perda irreparável”, e que o custo para se implantar uma UTI Neonatal, não paga a vida de uma criança, e que é preciso investir nisso. Ressaltou que existem fatores que levam ao óbito, como rompimento de placenta, mãe que não fez o pré-natal ou que é diabética, criança que nasce com uma anomalia, entre outros fatores. De acordo com o diretor clínico, apesar de não ter uma UTI Neonatal na maternidade local, a saúde corumbaense recorre à UTI Aérea Neonatal.
*Com Assessoria de Imprensa / Fotos: CMC