Corumbá

Oficina sobre horta encerra ciclo de palestras em presídio de Corumbá

Atividade prática animou as reeducandas

 

Atividade prática animou as reeducandas

A Embrapa Pantanal encerrou nesta quinta-feira, dia 21 de julho, o ciclo de palestras no presídio feminino de Corumbá. No total, 54 reeducandas acompanharam palestras feitas por pesquisadores da Unidade sobre temas diferenciados.

Aurélio, Mayron e Leandro, na atividade

O ciclo foi uma demanda da assistente social do estabelecimento penal, Gisela Nunes. Ela queria oferecer às internas temas diferentes para reflexão. A última palestra foi sobre plantas medicinais, condimentares e aromáticas, realizada pelo pesquisador Aurélio Borsato pela manhã.

Aurélio mostrou as diferenças entre as plantas que servem de base para medicamentos, as que são usadas na alimentação e as que produzem cheiros. Alertou para o uso indevido de plantas como remédios sem comprovação científica.

No final, mostrou que as mulheres têm sensibilidade para trabalhar com essas plantas, o que pode se constituir em uma oportunidade futura para as reeducandas. “Se as plantas medicinais não forem bem manuseadas, elas podem perder os princípios ativos e serão simplesmente uma palha”, afirmou.

Logo depois, as internas acompanharam palestra com o estudante de biologia Mayron Paes, do projeto Rondon. Os rondonistas estão em Corumbá nesta semana e foram convidados pela Embrapa Pantanal a participar da atividade no presídio, já que eles têm palestra pronta sobre como construir uma horta. A população do presídio tem interesse em criar uma horta para consumo próprio.

Mayron explicou como deve ser a terra, a semeadura, a rega, a colheita e o controle de pragas. Passou até a receita de um caldo de fumo para combater os pulgões.

“Hoje em dia não é preciso ter quintal grande para implantar uma horta. Tem gente fazendo em vasos, bacias e até sapateiras, dentro de apartamentos”, falou. Mayron estava acompanhado do estudante Leandro Ferreira e o sargento Lima, da 18ª Brigada de Fronteira.

Depois da explicação teórica, as equipes foram para uma área do presídio onde deve ser implantada a horta para uma oficina prática. Com garrafas PET coletadas pelas internas, as equipes do projeto Rondon e da Embrapa Pantanal as orientaram.

A terra, misturada com composto, foi revolvida e preparada para ser colocada em um pequeno canteiro, contornado com as garrafas colocadas de boca para baixo. A área foi molhada e, em seguida, mudas de alface e cebolinha foram semeadas pelas próprias reeducandas. A maioria nunca tinha preparado uma horta antes, mas todas se mostraram entusiasmadas com a possibilidade de comer rúcula, cenoura, rabanete, alface, couve e outras hortaliças produzidas ali mesmo, sem uso de produtos químicos.

Gisela Nunes lembrou que, além da vantagem de produzirem para consumo próprio, a horta terá uma função ocupacional, já que as internas que forem selecionadas para a atividade com a terra deixarão de ficar ociosas durante parte do dia, o que é extremamente positivo.

REFLEXÃO

O ciclo de palestras ajudou as mulheres a refletir sobre alguns temas de interesse. A primeira palestra foi sobre o uso e conservação da água, com a pesquisadora Márcia Divina de Oliveira, no dia 18.

A segunda foi com o bolsista Carlos André Zucco, do Laboratório de Vida Selvagem da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ele falou sobre mamíferos do Pantanal.

No mesmo dia (19), a pesquisadora Aldalgiza Campolin abordou a relação Homem X Natureza, falando da necessidade de equilíbrio entre os seis elementos naturais.

Depois das palestras, as reeducandas se dividiam em grupos e refletiam sobre o aprendizado. Elas produziram cartazes com mensagens sobre o conhecimento adquirido.

Para a chefe geral da Embrapa Pantanal, Emiko Resende, o ciclo de palestras no presídio foi mais uma oportunidade de a Unidade exercer uma ação de responsabilidade social. “Estamos instalados em Corumbá e temos o dever de contribuir com a comunidade local.”

 

Por: Da Redação