Corumbá

Muhpan integra-se com a comunidade para preservar a memória pantaneira

O lançamento do projeto ocorreu no Muhpan

 

O lançamento do projeto ocorreu no Muhpan

Em mais uma ação educativa de relevância com o propósito de despertar na comunidade onde está inserido o interesse pelo seu passado, o Muhpan (Museu de História do Pantanal) criou o projeto Memórias do Pantanal Rupestre, onde foca o rico patrimônio arqueológico da região ainda pouco conhecido localmente. O projeto tem o apoio da Petrobras e está dividido em três fases.

O Pantanal tem uma das maiores concentrações de sítios arqueológicos da América Latina, representando manifestações culturais de povos indígenas que habitaram a região entre 5,5 mil a 600 anos. Pesquisas já identificaram pelo menos 200 aterros situados nos capões de mata da planície, mas estima-se que sejam em torno de mil. Também foram catalogados dezenas de registros de inscrições rupestres.

O Memórias do Pantanal Rupestre busca chamar a atenção para esse patrimônio ameaçado por depredações, por meio de trabalhos lúdicos, divulgação e visitação a sítios urbanos, envolvendo a população de Corumbá, onde está instalado o Muhpan, e de Ladário, cidade vizinha. As oficinas, uma das atividades, terão 1.400 participantes, e estima-se oito mil visitas ao museu, em sua maioria estudantes.

“É de suma importância não somente revelar este importante legado, como também protegê-lo, mediante a conscientização do público”, explica Maria Verônica Nogueira, presidente da Fundação Barbosa Rodrigues, entidade mantenedora do Muhpan. Os recursos expositivos previstos no projeto, segundo ela, visam estabelecer uma aproximação direta da população local com a arte rupestre.

O projeto mexe com o consciente das pessoas para o valor histórico do acervo

O projeto

O apoio cultural da Petrobras foi imprescindível para a realização do projeto, realça Maria Verônica. Foi instituído um grupo de trabalho, do qual participam o renomado arqueólogo José Luis Peixoto, professor da Universidade Federal de MS (UFMS), e o artista plástico colombiano Santiago Plata, que percorreu de bicicleta o continente latino em busca de sítios arqueológicos, durante seis anos.

Peixoto organizará um catálogo ilustrativo do acervo pesquisado e identificado, a ser distribuído gratuitamente nas escolas públicas da região e a outras instituições de ensino, enquanto Plata coordenará as oficinas de estamparia rupestre por técnica de flotagem e as exposições. Outra atividade, a ser iniciada em junho, será a visita controlada da comunidade em sítios localizados entre Corumbá e Ladário.

O lançamento do projeto ocorreu no Muhpan, na semana passada, com a presença da coordenadora de projetos da Fundação Barbosa Rodrigues, Marta Barros Santos; de alunos do curso de História do Campus Pantanal (UFMS) e da comunidade. Na ocasião, o professor José Peixoto falou sobre a arqueologia na região. Para ele, o projeto mexe com o consciente das pessoas para o valor histórico do acervo.

O Muhpan

Instalado em 2008, o Museu de História do Pantanal funciona no prédio Wanderley & Baís, um dos casarões do porto geral de Corumbá construído no século 19. Conta a história da ocupação da região, em oito mil anos, de maneira lúdica, didática e interativa, com recursos cenográficos e tecnológicos. O acervo retrata a identidade do homem pantaneiro – dos índios à colonização, que se deu há 300 anos.

Aberto à visitação gratuita de terça-feira a sábado, das 13h às 17h30, o Muhpan fica na rua Manoel Cavassa, 275. As inscrições para o Memórias do Pantanal Rupestre podem ser feitas pelo site www.muhpan.org.br. Mais informações sobre o projeto e agendando de visitas para grupos pelo telefone 3232.0303.

 

Por: Da Redação