O presidente da Câmara Municipal de Corumbá, vereador Evander Vendramini Duran (PP), leu um manifesto dos moradores das unidades 1 e 2 do Cravo Vermelho, que questionam a prefeitura em relação a verba anunciada de R$ 2 milhões para recuperação do bairro, atingindo por fortes chuvas no início do ano. O dinheiro federal não veio e os estragos na localidade não foram sanados.
Lideranças do Cravo Vermelho, onde vivem hoje 70 famílias de baixa renda, chegaram a editar um jornal da comunidade onde mostram o que chamam de “descaso”, com fotos de ruas alagadas, e reclamam por soluções urgentes. A iniciativa foi da moradora Carla Maria Gomes da Silva, dizendo que faz um alerta às autoridades do município quanto a situação de calamidade do bairro.
No manifesto, os moradores afirmam que a explicação sobre a verba de R$ 2 milhões, que deveria ser liderada pelo Ministério das Cidades, veio somente pela mídia. Os recursos seriam destinados a obras de drenagem a asfalto, contudo não chegou aos cofres da prefeitura porque o município não apresentou o projeto, conforme nota divulgada pelo senador corumbaense Delcídio do Amaral (PT).
Desrespeito
“A população pergunta: de quem será a responsabilidade de perdemos os R$ 2 milhões, o que nos livraria de passarmos pela humilhação de atolarmos na lama até o joelho cheirando coliformes fecais, com sérios riscos a nossa integridade física?”, questiona o documento. “Todos os moradores foram lembrados, porém somos nós que vamos sentir de perto o desrespeito como pessoa humana”, completa.
Para Vendramini, o manifesto dos moradores do Cravo sintetiza o drama em que vivem aquelas famílias abandonadas pela prefeitura, cuja situação tende a agravar-se com a chegada de novo período de chuvas intensas. “A reportagem da TV Morena apurou a verdade sobre aquela comunidade, demonstrando a falta de respeito e o descaso do município às pessoas mais humildes”, disse o presidente.
Incompetência
O vereador lembrou que esteve com o senador Delcídio do Amaral, juntamente com os edis Rufo Vinagre (PR) e Marcos de Souza Martins (PT), na audiência no Ministério das Cidades, quando a prefeitura solicitava os recursos financeiros. No entanto, o dinheiro, garantido pelo senador, não veio, segundo Vendramini, porque o município “simplesmente não decretou situação de emergência urbana”.
“Os recursos seriam liberados imediatamente, bastava um decreto, em uma folha de papel assinada pelo prefeito, reconhecendo a situação de emergência na cidade”, afirmou o presidente. “É lamentável essa falha, o que demonstra incompetência administrativa e respeito aos moradores que passam por situação difícil e vão enfrentar mais inundações futuramente”, completou Vendramini.
Por: Da Redação