Corumbá

Mocidade da Nova Corumbá leva cultura do povo cigano à passarela do samba

 

As cores, a vibração, a cultura e a beleza do povo cigano fazem parte do enredo que o G.R.E.S. Mocidade Independente da Nova Corumbá vai levar ao público neste Carnaval. Com o tema “Optchá, sob um céu de estrelas a sorte da Mocidade”, a Mocidade vai mostrar a lenda por trás do povo, o misticismo que envolve a mulher cigana e a história da tradição. “Optchá”, na língua cigana significa “Salve”. Os autores do samba-enredo são Victor Raphael, Edu Chagas, Ailson Renan, Guga Martins e Reinaldo Bah. Carol Castelo, uma das mais destacadas rainhas de bateria de Corumbá, vai se apresentar mais uma vez pela Mocidade.

“Já tem uns três anos que não temos um carnavalesco só. Devido até mesmo à crise, ficou muito difícil contratar um carnavalesco, então, organizamos uma equipe e os trabalhos foram divididos. Como fundei a escola que já existe há 18 anos, eu chefio um barracão onde são feitas as fantasias. Temos também o artista plástico Ricardo Vilalva que trabalha com os carros alegóricos. Neste ano está conosco o Manoelzinho, carnavalesco de renome que já foi campeão várias vezes, além da nossa equipe que está trabalhando no barracão e o pessoal da costura”, explicou Fernanda Vanucci, presidente da Mocidade Independente.

Homenageando o povo cigano, a Mocidade vai trazer ao público os costumes de um povo livre, que não se fixa em nenhum local e, por isso, já sofreu muito com o preconceito de quem não entende sua cultura. No desfile, Santa Sara Khali, padroeira dos ciganos, será lembrada. De acordo com a tradição, no início da Era Cristã, Sara estava em um barco à deriva com outros cristãos e afirmou que se sobrevivesse usaria lenço sobre seus cabelos para o resto da vida. Por isso, o hábito das ciganas de usarem bastante o lenço. Oriundos de países da Europa, os ciganos trouxeram ao Brasil sua tradição.

Entre 800 e 900 componentes vão desfilar junto com a escola e estarão divididos em 12 alas e 04 carros alegóricos. A comissão de frente está sob responsabilidade do mestre-sala Edelton Mendes, que vai ser acompanhado pela porta-bandeira Walessa. O mestre de bateria mais uma vez será Diego Rojas que vai contar com 120 ritmistas. Os ensaios já começaram na sede da escola e acontecem de segunda a sexta-feira, a partir das 20 horas. A novidade deste ano é o cantor Edu Chagas, intérprete carioca que vai puxar o samba-enredo no desfile.

“A Mocidade é uma escola de comunidade e é muito povão. Ela nasceu no morro e o que cativa as pessoas é a alegria que a Mocidade tem com sambas-enredos fáceis de cantar. Na zona sul, temos praticamente mais de dez comunidades agrupadas à Nova Corumbá. Todo esse povo que desce para a Avenida mostra a força que a Escola de Samba tem”, disse Fernanda Vanucci. No ano passado, a escola prestigiou a classe trabalhadora e acabou levando o vice-campeonato do Grupo Especial.

A Mocidade Independente da Nova Corumbá foi organizada em 22 de junho de 1999 e sua sede está estabelecida na rua Marechal Floriano, nº 195, no bairro que dá nome à escola. Atualmente, além da presidente, Jeferson Valério Alvarenga integra a diretoria como vice-presidente; Inocente Cândido Areco como 1º tesoureiro; Ivanilda dos Santos como 2º tesoureira; Alessandra Barros como 1ª secretária e Valdevino Araújo ocupa o cargo de 2º secretário.

Ficha Técnica

Presidente: Fernanda Vanucci

Carnavalescos: Fernanda Vanucci, Manoelzinho e Ricardo Vilalva

Diretores de Carnaval: Reinaldinho Lima, Lindivalda Santos, Denise Morais, Ana Sandra, Jobson Bispo e Rosangela Figueiredo

Enredo: “Optchá, sob um céu de estrelas a sorte da Mocidade”

Autores do Samba-Enredo: Victor Raphael, Edu Chagas, Ailson Renan, Guga Martins e Reinaldo Bah

Mestre de Bateria: Diego Rojas

Ritmistas: 120

Rainha da Bateria: Carol Castelo

Alas: 12

Componentes: 800

Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Edelton e Walessa

Carros Alegóricos: 4

Fundação: 22/06/1999

Confira o samba-enredo de 2018 da Mocidade Independente da Nova Corumbá:

A caravana da alegria chegou

Optchá, lá vem Mocidade

Em alma cigana o povo cantou

A zona sul explode de felicidade

Dança ao redor da fogueira, laiá

Os roma chegaram à cidade

Trazendo da Índia a sabedoria

E o ideal de liberdade

Santa Sara proteja seus filhos

Seu lenço sagrado, fiel proteção

Na barca a deriva, selou seu destino

Toda gente clama em devoção

O céu e seu teto, a terra seu chão

Venceu crueldades, discriminação

Valentes Gitanos, gigante Nação

Adoradores da peregrinação

Bailam ao som de violas

Divina mulher, bateu castanholas

Aportam os Calons no Brasil

Vendendo cristais, contando histórias

Lendo as mãos, o misticismo que ao mundo encantou

Lendo as cartas, o destino tricolor se revelou

Dançando com fitas e véus

Entidades de fé carregados de axé

Feitiço da noite, pairando no ar

A sedução da cigana vai te levar