Decreto assinado pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) na noite desta terça-feira (20) garante a preservação de uma piúva – espécie facilmente encontrada em todo o Pantanal corumbaense – localizada na BR-262. Também conhecida como ipê-roxo, a árvore sustenta um ninho de tuiuiú com mais de 30 anos existência. No decreto nº 964, o prefeito declarou o exemplar imune de poda, uma vez que a “Árvore do Tuiuiú”, como é popularmente conhecida, já faz parte da história de Corumbá por sustentar o berço da ave-símbolo do Pantanal.
A conservação da árvore e do ninho será de responsabilidade do proprietário do imóvel onde se localiza (margem direita da rodovia federal BR-262, quilômetro 677,280), com assessoramento da Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário (Funterra) e da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal. O proprietário será cientificado por ofício, quanto às restrições e benefícios decorrentes das disposições do decreto.
Qualquer intervenção deverá ser solicitada a Prefeitura e, se autorizada, só poderá ser executada por empresa ou profissional habilitado, com o acompanhamento técnico habilitado da Funterra, que anualmente vai vistoriar a “Árvore do Tuiuiú” e emitir um relatório sobre as condições fitossanitárias da árvore e a conservação do ninho. As infrações ao decreto serão enquadradas como transgressões à Lei federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais).
“Qualquer munícipe poderá representar à autoridade municipal competente ou ao Ministério Público, para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de qualquer infração ao disposto neste Decreto”, complementa o documento, assinado durante as comemorações dos 233 anos da cidade.
Etimologia
O nome científico do ipê-roxo ou é Tabebuia heptaphylla, sendo que este último termo significa “sete-folhas”. Já a piúva quer dizer “árvore cascuda”. A espécie é uma das mais altas árvores do Pantanal, com sua casca rugosa, copa aberta, adequada para pouso e decolagens do tuiuiú, que a prefere para fazer ninhos. Ela floresce de junho a setembro, quando sem folhas e seus frutos amadurecem para a estação das chuvas. Suas flores são comestíveis: alimento de aves (arancuã, jacutinga, papagaio, bugio).
Quanto a sua ecologia, o espécime é sensível ao fogo na fase jovem, é vitima de raio, como ponto mais alto do campo e ocorre frequentemente em todo o Pantanal, associada a rios e vazantes. Também pode ser encontrada na mata atlântica, no Paraguai, na Argentina e no chaco úmido da Bolívia. (PMC)
Por: Da Redação