A falta de critérios, indefinição e transparência da prefeitura de Corumbá no processo de seleção e divulgação das pessoas contempladas com as casas populares em construção com dinheiro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), segundo a Câmara de Vereadores, motivaram a invasão às moradias concluídas e não entregues.
Esta semana, 55 casas do programa Casa Nova, no bairro Guató, foram ocupadas irregularmente, enquanto o prefeito da cidade, em nota, acusa que as famílias de sem-teto foram incentivadas por “uma operação orquestrada, com clara finalidade política”. O descaso da prefeitura na escolha dos beneficiários gerou revolta da população, disse o vereador Rogério Candia (PMDB).
O assunto ocupou grande parte dos debates na sessão desta terça-feira, com o vereador Marcos de Souza Martins (PT), o Marquinhos, afirmando que há mais de dois anos a Câmara cobra da prefeitura a relação das famílias contempladas com as casas do PAC, cuja solicitação não foi atendida. A Caixa Econômica Federal, que financiou a obra, garantiu que fiscaliza a seleção.
“O secretário de Infraestrutura (Ricardo Ametla) veio a esta Casa e prometeu enviar a relação dos mutuários, mas não cumpriu”, disse Marquinhos. Para ele, faltou transparência no processo seletivo. “A prefeitura está brincando com o sentimento das pessoas, vendendo o sonho da casa própria a mais de 20 mil pessoas cadastradas sem cumprir o que prometeu”, apontou.
Denúncias
Segundo o vereador Evander Vendramini (PP), há denúncias de que muitas pessoas contempladas com as recentes casas entregues pelo prefeito tem imóveis na cidade e entraram no conjunto para negociar as unidades. O vereador Oséas Ohara (PMBD) também denunciou que assessores do prefeito e candidatos a vereador teriam pago caminhões para fazer a mudança dos mutuários.
Marquinhos disse que o município deveria ter procedido com o fez o Estado no caso do Residencial Guató, onde a relação dos contemplados da primeira fase, entregue recentemente pelo governador André Puccinelli, foi publicada pela imprensa. Ele disse que não há explicação para a prefeitura manter os nomes dos beneficiados em sigilo, gerando, com isso, incertezas, protestos e conflitos.
Por: Da Redação
