A Espanha fez, em um jogo que não valia nada, o que talvez esperasse fazer durante toda a Copa do Mundo: um jogo de poucas emoções, domínio na posse de bola e vitória em lances isolados de ofensividade. No fim, o placar de 3 a 0 sobre a Austrália serviu ao menos para que o time de Vicente del Bosque não se despedisse do Brasil como o primeiro campeão do mundo a ser eliminado perdendo todos os seus jogos.
Com o time já eliminado, Del Bosque mudou sete dos onze titulares que haviam enfrentado o Chile na última quarta-feira. Os únicos a permanecerem no time foram o zagueiro Sergio Ramos, o lateral-esquerdo Jordi Alba e os meias Xabi Alonso e Iniesta.
Autor do primeiro gol, David Villa mostrou uma emoção fora do comum para os espanhóis ao ser substituído com pouco mais de dez minutos do segundo tempo. Provavelmente em sua despedida da seleção, ele não escondeu a frustração por deixar o jogo de forma tão precoce e precisou até ser consolado no banco de reservas. Era apenas um jogador saindo de campo, mas numa metáfora perfeita para o fim da mais vitoriosa geração do futebol de seu país.
A Austrália, por sua vez, chegou a uma marca negativa com a derrota desta segunda-feira. Participando da Copa pela quarta vez na história, o time da Oceania foi eliminado pela primeira vez sem marcar sequer um ponto na fase de grupos da competição.
Desinteresse e um minuto de tiki-taka ressuscitado
Aos 31 minutos de jogo, um escanteio cobrado por David Villa deu uma síntese do jogo. O camisa 7, em vez de cruzar na área, tocou para Iniesta, que por sua vez recuou para Xabi Alonso no meio de campo. Dali, a bola ainda passou por Jordi Alba antes de chegar ao goleiro Pepe Reina. Dizer que os times não buscavam o ataque pode ser exagero, mas é inegável que o empenho e interesse dos jogadores fazia jus a um jogo entre dois times previamente desclassificados.
O primeiro tempo foi, portanto, de pouca emoção. Mas houve um minuto em que o futebol espanhol reviveu seus melhores momentos. E foi o suficiente.
A Fúria saiu com a bola controlada desde seu campo de defesa e chegou ao ataque pela esquerda. Ao encontrar a defesa australiana bem armada, teve paciência para recuar de volta ao meio de campo e depois inverter para a direita. Então, Iniesta deu uma demonstração do craque que é ao fazer ótima enfiada de bola para Juanfran. O lateral-direito chegou à linha de fundo e cruzou para David Villa marcar de letra.
Emoção de David Villa e gols de Torres e Mata
David Villa já havia demonstrado sua paixão pela seleção espanhola ao abrir o placar no primeiro tempo. Depois de marcar o gol, ele agarrou a própria camisa e beijou o escudo numa mistura de desabafo e declaração de amor. Ao ser substituído por Del Bosque com pouco mais de dez minutos do segundo tempo, saiu com olhar incrédulo e precisou ser consolado no banco de reservas. Parecia estar percebendo, naquele momento, que uma história das mais vitoriosas do futebol chegava definitivamente ao fim.
Mas ainda havia tempo para mais algumas alegrias dos atuais campeões em Curitiba. Aos 23, Iniesta deu mais um de seus lançamentos precisos e Fernando Torres fez o segundo tocando na saída do goleiro Mat Ryan. Já aos 36, foi a vez de Juan Mata receber ótimo lançamento de Fábregas e tocar entre as pernas do camisa 1 para marcar o terceiro e fechar o placar. (IG)
Por: Da Redação
