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Copa: Com direito a ‘chororô’ de Valdivia, Chile bate Austrália, mas fica devendo em estreia

 

Saída de bola. Recuperado de uma lesão no joelho e afastando de uma vez por todas a ameaça de corte, Arturo Vidal recebe, toca com o pé direito para trás, se ajoelha, faz o sinal da cruz e corre para o ataque. Não corre sozinho. Mais da metade dos 39 mil ingressos colocados à venda para a estreia do Chile contra a Austrália, na Arena Pantanal, em Cuiabá, foram comprados por seus compatriotas.

Uma legião que acreditou o tempo todo em sua presença, rezou e, antes mesmo de o próprio Vidal recuar para Valdivia na saída de meio-de-campo, deu um show à parte, cantando o seu hino à capela.

Não era a Copa das Confederações. Não era o Brasil. Mas, para eles, era como se fosse casa. Chile 3 x 1 Austrália.

Poderia ter sido mais fácil. Com menos de 20 minutos do primeiro tempo, o time comandado por Jorge Sampaoli abria vantagem no placar e via sua fanática torcida cantar olé após Alexis Sánchez e Valdivia marcarem. Os australianos ameaçavam no contra-ataque e diminuíram com o experiente Tim Cahill. Beausejour ainda fez mais um nos acréscimos da etapa complementar.

Ficou nisso.

Num grupo em que a Holanda largou goleando surpreendentemente a atual campeã Espanha por 5 a 1, não dá para dizer que nenhum dos dois lados ficou satisfeito na capital mato-grossense. Diante do coadjuvante da chave – e com a arrancada que teve na partida, a seleção chilena desperdiçou uma chance de ouro de fazer saldo. Os australianos, por outro lado, saem decepcionados por terem mostrado que poderiam ter conseguido mais.

Mesmo nervosos, os sul-americanos começaram melhores, com Valdivia atuando pelo meio, praticamente como um falso nove, concentrando a maior parte das ações. Não foi dele, contudo, o primeiro gol.

Aos 12 minutos, Alexis Sánchez tentou fazer jogada sozinho, perdeu a bola e viu Charles Aránguiz recuperar. O meia do Inter cruzou de volta para a área e, no rebote, o próprio Sánchez chutou colocado para inaugurar o placar.

Não deu tempo nem tempo de comemorar direito. Novamente com o atacante do Barcelona, o Chile chegou ao seu segundo. O camisa 7 girou de forma sensacional no lado direito, deixou a marcação na saudade e encontrou Valdivia na meia-lua. O palmeirense bateu por cima de Maty Ryan e aumentou o marcador. Na comemoração, o famoso ‘chororô’.

Vidal e companhia, então, relaxaram e passaram a ceder cada vez mais campo para os avanços da Austrália com Tim Cahill fazendo a parede na frente. Deu resultado aos 35 minutos. O veterano recebeu cruzamento vindo da esquerda e cabeceou para o fundo da rede.

Na volta do intervalo, os australianos seguiram crescendo em campo e passaram a apertar, sobretudo, com Mark Bresciano. Foram ao menos três oportunidades com o meia. A equipe ainda teve um gol anulado corretamente após Cahill ser flagrado em impedimento.

Durante a semana, o atacante afirmou que o time tentaria forçar um jogo físico para surpreender os chilenos. Não precisou nem disso. Foi na base da técnica, mesmo. Ainda assim, não suficiente para assegurar os três pontos e evitar que Beausejour fizesse mais um para os chilenos nos acréscimos da etapa complementar, aproveitando sobra na entrada da área.

Com a vitória, o Chile se iguala a Holanda no número de pontos, mas fica atrás na segunda colocação do grupo B por causa do saldo de gols. Ao lado da Espanha, a Austrália vem logo atrás, ainda sem pontuar.

Na próxima rodada, o Chile tenta encaminhar a sua classificação e viaja até o Rio de Janeiro para enfrentar a Espanha no Maracanã, na quarta-feira, às 16h (de Brasília). Mais cedo, às 13h, no Beira Rio, a Austrália tem a missão de segurar a Holanda. (ESPN)

 

Por: Da Redação