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Sérgio Longen: Batalha contra a inércia

 

Na última semana, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou, simultaneamente, três grandes eventos: A Olimpíada do Conhecimento, os Diálogos com os Candidatos e o Encontro Nacional da Indústria, o ENAI. A ideia de juntar três dos maiores eventos a indústria no País foi exatamente para chamar a atenção da grande necessidade de se discutir novos rumos para o Brasil, passando pela formação das pessoas até chegar na tomada de decisões que impactam a vida de cada um dos brasileiros.

Durante a abertura do Encontro Nacional da Indústria, o ENAI, o convidado foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que chamou a atenção de uma plateia com mais de 3 mil empresários de todo Brasil para uma situação absolutamente relevante: a perda de união da sociedade. Segundo FHC, o próximo presidente do País deverá se preocupar muito em unir os brasileiros em torno de temas comuns e necessários além de retomar o diálogo com as pessoas.

Apenas dessa forma será possível realizar as reformas necessárias para o Brasil, como a previdenciária. Para se ter uma ideia, até a última sexta-feira, conforme cálculo da CNI, o Brasil já teria em caixa mais de R$ 3,8 bilhões, por exemplo, se a reforma da previdência já estivesse em vigor. Isso significaria mais investimento em educação, saúde, habitação e infraestrutura.

Essa pauta também foi abordada durante palestra de Christopher Garmanm, diretor da Eurásia. Segundo ele, todas as lideranças começaram a bater nessa tecla de reforma da Previdência, assim, todos os presidenciáveis também vão abordar nesta eleição o combate aos privilégios, como os de servidores, por exemplo. Isso de certa forma, acabou animando os empresários presentes.

A plateia do ENAI também ouviu atentamente às propostas dos seis principais candidatos à Presidência da República. Geraldo Alckmin, Marina Silva, Jair Bolsonaro, Henrique Meirelles, Ciro Gome e Álvaro Dias. Todos tiveram 25 minutos para apresentar suas ideias e depois responderam a questionamentos do setor industrial.

O momento serviu de forma muito clara para que o setor industrial brasileiro pudesse entender quais as saídas que cada candidato pensa por exemplo, para a falta de competitividade dos produtos brasileiros, o aumento da produtividade, a geração de trabalho e renda e como tudo isso pode somar ao crescimento e desenvolvimento do país. Confesso aqui a vocês que essa parte do encontro não me deixou tão animado assim, já que nenhum candidato conseguiu apresentar algo concreto, claro e objetivo como resposta para esses temas.

Por fim, um alento para o futuro. A Olimpíada do Conhecimento entrou com toda força para mostrar que a inovação e a tecnologia estarão cada vez mais presentes no nosso cotidiano e isso, por mãos de jovens alunos e cientistas. O Sesi e o Senai não têm dado apenas suas contribuições para a educação profissional no País, mas sim, para o desenvolvimento nacional de tecnologia e suporte industrial. Com um amplo espaço para demostrar o desenvolvimento de todas essas soluções, algumas autoridades estiveram presentes, e, quero destacar aqui, a presença de parlamentares e ministros dos tribunais de conta, que puderam ver in loco, como os recursos de Sesi e Senai são investidos.

De um modo geral, a CNI e as Federações de Industria de todo o Brasil, durante esses dias, chamaram a atenção para os problemas crônicos que o país vive, mas também, apresentaram soluções e apontaram caminhos de um Brasil do futuro. Basta apenas agora saber se quem precisava entender tudo isso, de fato, entendeu.

Sergio Longen é empresário, presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul e diretor da Confederação Nacional da Industria (CNI)

 

Por: Sérgio Longen