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Dias de luta, Dias de glória

 

(…) Mantendo a fé em Deus
O seu dia mais feliz vai ser o mesmo que o meu
A vida me ensinou a nunca desistir
Nem ganhar,nem perder mas procurar evoluir
Podem me tirar tudo que tenho
Só não podem me tirar as coisas boas que eu fiz!”

Com este fragmento de Dias de Luta, Dias de Glória, da banda Charlie Brow Jr, relembro o término da história do músico Alexandre Magno Abrão,o chorão, apelido dado ainda na adolescência, época em que não sabia,mas queria; andar de skate, e que foi encontrado desfalecido na madrugada de quarta feira, 06 de março, pelo seu motorista,Kleber Atalla, que chamou socorro mas já era demasiado tarde. Aprendeu a andar de skate, participando de competições e chegando a ser vice em campeonato paulista, ocasião que assumiu de vez o apelido.Entretanto, o que mais me chamou a atenção é que num país aonde o pagode e o sertanejo são reverenciados,existiam 2000 pessoas no Arena Santos esperando para dar o último adeus.

Rememorei então o show realizado na Grande Arena do Parque das Nações indígenas, que tem no Projeto MS Canta Brasil,o objetivo mor de homenagear os estados brasileiros através da música promovendo a integração de artistas regionais com nomes consagrados da música nacional.Sendo noticiado,inclusive aqui no Jornal Pérola que a apresentação recordista foi a do do prata da casa Vinil Moraes,seguindo-se a banda paulista Charlie Brown Jr. Levando mais de 100 mil pessoas em 03 de junho de 2012 ao delírio.Com quase duas horas de show, Campo Grande tremeu quando a voz de Chorão entoava a frase “Este foi, se não o maior,um dos maiores shows da nossa história. Naquela data a formação da banda acompanhava o guitarrista Marcão e o baixista Champignon. Os shows recordistas anteriores foram Guga Borba e Jota Quest em 2011 com 90 mil pessoas e Seu Jorge e o grupo Balaio Jazz com 85 mil pessoas em 2009.Se não acontecesse o fatídico fato; o próximo show da banda seria em Campo Grande, mas no Rio de Janeiro no próximo 22 de março.

A banda foi agraciada por duas vezes com o Grammy Latino. Em 2005 com “Tamo ai na atividade” e em 2010 com “Camisa 10 joga bola até na chuva”A infância de Chorão foi tempestuosa em função da separação dos pais quando ele tinha 11 anos largando a escola na sétima série. Faria 43 anos em 09 de abril. Para alegria dos admiradores deverão ser relançados em breve os dois primeiros discos.”Transpiração contínua prolongada” de 1977 que vendeu 500 mil cópias e era puxada pela música “ proibida para mim”e já “preço curto…prazo longo” de 1999, vendeu 460 mil cópias com a conhecida “Te levar”.Também serão lançadas músicas inéditas que já tinham sido gravadas.Ou seja, os fãs não ficarão órfãos.

Mas fiquei interessado nesta comoção que o país teve com essa perda. Fui pesquisar as letras das músicas e percebi a reflexão que ela nos traz, tanto que coloquei um fragmento no início deste artigo, além de constatar que há letras interessantes e que podem servir de inspiraçao a pessoas que desejam relacionar, de alguma forma assuntos como a perda, história de vida e a indubitável busca pela felicidade. Finalizo com algumas palavras de Chorão:”Quero que as pessoas me vejam como a prova de que um sonho pode se tornar realidade, como a continuidade do sonho delas.Que digam ‘Se o cara conseguiu sem estudo,sem muitas condições,eu posso conseguir também’.Sua vida, sua trajetória, seu apogeu é um bom viés para reflexão.

 

Por: Rosildo Barcellos – Articulista