BALANÇO: No primeiro ‘round’ para as eleições de 2022 a esquerda saiu perdendo para o centro e direita que aumentaram o número de prefeituras sob o seu comando no país. Muitos prefeitos eleitos em 2016 preferiram migrar para partidos mais a direita para tentar eleger o sucessor ou mesmo disputar a reeleição. Redutos importantes que tinham a marca da esquerda estão nas mãos de políticos que não comungam com sua orientação ou que se alinham ao poder central para facilitar a obtenção de recursos. Prefeito é pragmático; pensa nos recursos que seu município pode ganhar.
COMPARE: O DEM ganhou 184 prefeituras. Elegeu 272 prefeitos em 2016 e saltou para 456. Outro partido que cresceu muito foi o PSD; pulou de 538 prefeitos para 672. Aumento de 134 prefeituras. O PP teve acréscimo de 135 prefeitos, saindo dos 497 para 632 prefeituras. Republicanos; aumentou em 55 prefeitos, pulou de 105 para 160. Outro que cresceu foi o PSC: de 85 para 107 prefeituras, lucro de 22, O Avante surpreendeu; de 12 prefeitos para 65. PSL: de 30 prefeitos para 53. O Cidadania foi de 125 para 147.
PERDEDORES: O MDB lidera as prefeituras, mas sentiu a redução da bancada federal em 2018; 150 municípios a menos; de 1047 para 897. O PSDB , outro derrotado em 2018, perdeu 103 cidades. De 805 caiu para 701. Já o PDT caiu de 334 cidades para 290. Perda de 44 prefeitos. O PT – perdeu 19 cidades: de 257 caiu para 238. PC do B tinha 82 e ficou só com 61. PV – de 102 para 53 prefeituras. E quem mais perdeu nesta onda migratória foi o PSB: 92 prefeitos. Tinha 409 cidades e ficou com 317. O PTB; de 266 para 226; perdeu 40 cidades. PL, de 299 prefeitos para 285. Perdeu 14.
NO ESTADO: PSDB comanda 45 cidades; Democratas 11; MDB 08; PL 04; Patriotas 03; PSB e PDT 02; PSD, PTB, PSC, PSL uma cada. No PSDB são destaques: Três Lagoas, Corumbá, Aquidauana, Paranaíba, Ponta Porã, Chapadão do Sul. Democratas – Naviraí e Ribas do Rio Pardo. MDB Maracaju e Costa Rica. PL apenas Nova Andradina; Patriotas tem Miranda; PSB administra Coxim e Aparecida do Tabuado; PDT conta com Agua Clara e Novo Horizonte do Sul; PTB – só tem Dourados, PSC – Rio Verde de Mato Grosso e o PSL administra Sidrolândia.
DINHEIRO não faltará nestas eleições. Haverá recursos do generoso Fundo Eleitoral principalmente nas cidades acima de 100 mil habitantes. Aliás, mais de 100 deputados federais candidatos já estão fazendo política carreando recursos às prefeituras e Estados através de suas emendas impositivas, pagas diretamente, sem necessidade do aval do Governo Federal. Outros motivos por tantas candidaturas é que a campanha será diferente, mas suficiente para manter os deputados em evidência nas bases eleitorais já de olho em 2022. Quanto às promessas deles de que ficariam em Brasília por 4 anos, simplesmente serão ignoradas por eles. Mas e o eleitor? Ora! Ficará a ver navios.
TUDO NOVO: Os futuros candidatos já perceberam a importância da internet nesta campanha. Eles precisam ter uma página social para mobilizar e envolver o usuário com seu perfil e propostas. Quem não investir nisso ficará esquecido. Convenções para escolha de candidatos? Isso é passado. Nada de aglomeração, abraços, beijo e abraços. Aquelas passeatas para mostrar força, contagiar o eleitorado também não ocorrerão. Será uma experiência única; a pandemia levou-nos ao universo digital. Teremos problemas sim, mas será um aprendizado para a evolução até do sistema eleitoral.
PRIORIDADE: Sendo um pleito atípico pelas novas regras em vigor, os pretensos candidatos a prefeito precisam e devem concentrar suas articulações – nesta fase inicial – na formação de uma chapa de candidatos a vereança. O candidato competente nestas articulações junto as lideranças de seu município, sairá com certa vantagem na corrida sucessória. Nenhum postulante ao Executivo vencerá sem uma chapa de vereadores competitiva. A regra vale para todas as cidades.
DOURADOS: Ganha corpo a reação tucana e Valdenir Machado é o pré-candidato a prefeito. Ele que iniciou como vereador em 1977, foi deputado estadual por 4 vezes e passou pelo PMDB, PDT, PSDB, PTB, retornando ao PSDB em 2013. Aos 72 anos que completa neste sábado (18), ele se diz preparado para o desafio de administrar a cidade que escolheu para viver. Já deu para identificar o seu mote de campanha: “Está na hora de Dourados mudar”. O quadro eleitoral vai assim caminhando para sua definição.
NA ÁREA: No ano em que completará 87 anos de idade o prefeito Iris Resende vai tentar se eleger prefeito de Goiânia pela quinta vez Ele que começou na política em 1958 como vereador, foi prefeito e acabou cassado; foi governador por duas vezes, senador, ministro da Agricultura e ministro da justiça. Iris é um dos 3 postulantes com chances dentre os 9 candidatos do MDB que disputarão as prefeituras de capitais.
VALEU A PENA? Fernando Pessoa dizia “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Lembrei da frase ao ler sobre a morte do ex-deputado Nelson Meurer (PP-PR) por Covid 19. Pela denuncia da PGR, ele recebeu pela permanência de Paulo R. Costa na Petrobras, a propina de R$29,7 milhões em 99 repasses de R$300 mil mensais; R$4 milhões para a sua campanha e R$500 mil da Queiroz Galvão. Ora! De que valeram seus 5 mandatos na Câmara e o título de ex-prefeito de Francisco Beltrão- PR), se a sua honra ficou manchada e seu nome na lama?
POR TABELA quero crer que essa pandemia levará o ser humano a refletir sobre o que realmente vale a pena em termos existências. A obstinação do ex-deputado Meurer aos 77 anos por mais poder e riqueza teve esse castigo. Com a internet, as fotografias e as notícias divulgadas a respeito do episódio que o levou para a cadeia (pasmem!) junto com seu filho Nelson Meurer Jr. (também condenado), ficarão arquivadas para triste memória. Virou moda; Pai e filho na cadeia! Pergunto: O que o eleitor acha disso?
VANTAGEM: Não vou questionar onde estaria havendo ou não aproveitamento ilícito em, mas o reconhecimento do estado de calamidade acabará favorecendo politicamente os atuais prefeitos nas próximas eleições. Ouço críticas veladas sobre o uso deste remédio jurídico administrativo, mas aqui temos que se ater apenas, se a situação da cidade se enquadra nas exigências. Mas o Covid-19 não pode ser a porta de entrada da corrupção. Aproveitar da desgraça alheia para levar vantagens é o fim.
O PESSOAL da esquerda torce o nariz, mas vou perguntar: quem empilhou a maior quantidade de corpos ao longo da humanidade? Stalin, Hitler ou Mao Tsé Tung? O primeiro, em 30 anos no poder, liquidou 20 milhões de pessoas. O segundo, nos 11 anos mandando, matou 12 milhões. O último, em 26 anos no poder matou 45 milhões de chineses. Os três usando técnicas diferentes, perseguiram os opositores e promoveram mortes em massa. Ainda registro; o PT felicitou o Partido Comunista Chinês pelos seus 99 anos de história macabra e ainda apoia o regime de Nicolas Maduro. ‘Democratas’.
ESSES MINEIROS… Exposição do Zebu em Uberaba, o governador Benedito Valadares presente à inauguração. No discurso elaborado pela assessoria acabou lendo “Cuica daqui saio o melhor gado do Brasil”, quando na verdade estava escrito: “quiçá daqui sai o melhor gado do Brasil”. A imprensa explorou o fato. Tempos depois numa festa na Pampulha, o maestro da orquestra lembrando o episódio de Uberaba, começou a apresentar ao governador os instrumentos. Ao deparar com a cuíca, o maestro brincou: “governador, essa é a famosa cuica”. Valadares percebeu a ironia e deu o trôco: “Não caio mais nessa não. Isto é quiçá”!
CLARICE LISPECTOR: “…( ) O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir…( ) O bobo tem oportunidade de ver coisas que espertos não veem. Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza. Aviso: não confundir bobos com burros…( ) O bobo é tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros, mas os bobos ganham a vida. Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas. Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah! Quantos perdem por não nascer em Minas!”
“É como colocar médicos para comandar uma guerra. Ou como tirar jogadores da seleção e escalar 11 coronéis numa Copa.”
Do ex-ministro Luis H Mandetta sobre o número de militares do Exército no Ministério da Saúde.
Por: Manoel Afonso