Enquanto na China e em quase todos os países do mundo aumentaram, senão dobraram e até triplicaram os números de divórcios e violência doméstica nesse período de pandemia, no Brasil, lamentavelmente não está sendo diferente. Os dados do ligue 180 apontam um acréscimo em torno de 10% de violência contra a mulher; 15% no Paraná e 50% no Rio de Janeiro. O número de rompimento matrimonial está sendo computado diariamente, porém, já aponta para um crescimento vergonhoso.
De uma forma ou de outra, marido e mulher não foram competentes para administrar suas diferenças e entraram em crise. Outros, que já não vinham bem, agravaram o relacionamento e partiram para a separação. Muitos lares foram e estão sendo desfeitos porque faltaram alicerces básicos como paciência, tolerância, respeito e compreensão entre os cônjuges.
O amor e a harmonia em um lar exigem esforços e determinação de seus membros, especialmente o casal, que é o sustentáculo do bem-estar desse ambiente.
Quem poderia imaginar que aquele casal, que parecia sempre unido e carinhoso em público, não resistiria ao simples fato de terem mais tempo juntos dentro do próprio e sagrado lar?
E o que dizer então daqueles que partiram para a agressão moral e física do cônjuge? As mulheres são as maiores vítimas dos inúmeros casos registrados em todo Brasil.
Muitos relacionamentos que vinham sendo abusivos antes da pandemia, se agravaram com ela. As perdas de emprego e renda contribuíram muito para agravar esse quadro de desestabilidade do lar.
Sem o esforço e competência para se sobressaírem, juntos, a todas as adversidades da vida, e a pandemia é uma delas, e são normais no transcorrer da vida, vem o caos e tudo desaba. Desmorona. Acaba. Esfacelando a família.
Lamentável e triste o despreparo de casais para levar uma vida a dois para formar uma família. Todo homem e toda mulher, diante de um relacionamento mais sério, deveria ter essa consciência e procurar conversar e se preparar com garra e determinação, antes de trilharem, juntos, o caminho. Sem isso, diante das primeiras tempestades, entram em desespero e separam.
O casamento exige o compromisso de ambos para que dê certo. E quando uma das partes, diante dos primeiros atritos conjugais, profere a famosa e recorrida frase: “Eu nasci assim, você me conheceu assim e vou morrer assim”, a coisa fica mesmo complicada, porque essa afirmação é simplesmente inconcebível. Não é verdadeira, pois podemos sim, sempre, mudar, melhorar, abandonar maus hábitos e costumes e evoluir, sempre.
E mais, essa frase, normalmente proferida pelos homens, é egoísta e mesquinha, pois todo aquele que resolve levar uma vida a dois, precisa estar sempre pronto a ceder, a ser paciente, humilde e compreensivo.
É preciso haver um esforço muito grande de ambos, para manter a chama do amor que os uniu. O casamento é como uma delicada planta que necessita ser adubada, molhada e cuidada para permanecer sempre viva, viçosa e florida. Do contrário, definha e morre.
Todo indivíduo alicerçado nos ensinamentos e mandamentos de Deus tem maior chance de crescer, evoluir e prosperar. Que essa verdade inconteste ajude a todos nesse difícil período pelo qual estão passando e aprendam a lutar, se fortalecer e perseverar até o fim, como cidadão, como casal, como família.
Por: Wilson Aquino – Jornalista e Professor