O advogado David Moura Olindo, que representa o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, preso desde o último 13 por ser acusado de participação na morte de Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos, afirmou que duas testemunhas podem derrubar a tese da polícia sobre a morte da jovem. Ele esteve hoje (19) na DEH (Delegacia de Homicídios) e se reuniu com o delegado Edilson dos Santos Silva e pediu esclarecimentos sobre o inquérito policial.
De acordo com o advogado, no dia 21 de maio, data do desaparecimento de Marielly, uma funcionária do setor de limpeza do Aeroporto de Campo Grande disse que entre 18h e 18h30 viu a jovem chorando no banheiro do local e que ela estava acompanhada de duas amigas. Segundo ele, a testemunha afirmou ainda que avisou a família de Marielly sobre o fato. E que depois disso, todos os cartazes com a foto dela que estavam no aeroporto foram retiradas.
Conforme o advogado, o horário em que a mulher disse que viu a jovem no banheiro é o mesmo em que a polícia diz que consta o registro de uma ligação recebida no celular de Hugleice da Silva em Sidrolândia. “A erb (estação rádio base) registrou a ligação de 18h02, mas como se a mulher viu a Marielly no aeroporto. Isso tem que ser investigado”, disse o advogado.
Pelas investigações da polícia, neste horário o cunhado estava com Marielly em Sidrolândia.
Segundo David Moura, outro testemunho que pode alterar a tese da polícia é o de um técnico da enfermagem da Santa Casa que afirma ter visto a jovem às 12h55 do dia 23 de maio, dois dias depois do desaparecimento, no corredor do pronto socorro do hospital acompanhada de duas mulheres, que aparentavam ter entre 18 e 20 anos. “Ele disse ser capaz de reconhecer as duas moças”, relatou David Moura.
A assessoria da Santa Casa de Campo Grande informou que não consta nenhum prontuário médico este ano com o nome de Marielly Barbosa Rodrigues.
O advogado disse que vai pedir as imagens do circuito interno de segurança do hospital e do Aeroporto.
David Moura desconsiderou o depoimento prestado por uma mulher que disse a polícia que viu Marielly na casa de Jodimar no dia 21 e que no local o enfermeiro fez o aborto dela. “No primeiro depoimento ela disse que não tinha certeza. No segundo ela prestado no dia 5 de julho ela falou que tinha certeza. Tem contradição”.
Para ele, a polícia não está dando importância para o que seu cliente diz. “Por que só acredita na versão do Hugleice? Meu cliente não mentiu em nenhum momento. O que ele não tem valor?”, indagou.
O advogado disse que pretende acionar a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) para que a instituição acompanhe as investigações sobre o caso. (CG News)
Por: Da Redação