Brasil

Julio Cesar brilha nos pênaltis e evita “Mineirazo” contra o Chile

 

Os jogadores do Chile falaram em fazer história eliminando o Brasil ao longo de toda a semana que antecedeu o encontro entre os dois países pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Conseguiram apenas agregar mais um capítulo à imensa lista de derrotas para seu rival sul-americano, apesar do 1 a 1, gols de David Luiz e Sánchez.

Um capítulo mais doloroso para os chilenos por conta do drama de 120 minutos. Pela primeira vez numa Copa do Mundo o Chile suportou o Brasil sem perder com a bola rolando. E no território rival. Julio Cesar, contestado antes da Copa, colocou o Brasil nas quartas de final da Copa em casa evitando o “MIneirazo”.

Uma bola no travessão chutada por Mauricio Pinilla, aos 15 minutos do 2º tempo da prorrogação separou o Chile da glória. Glória brasileira, que veio nas mãos de Julio Cesar nos pênaltis.

David Luiz abriu a série de cobranças e fez o dele. Pinilla, que esteve a centímetros de ser herói, desperdiçou a dele. Julio Cesar defendeu. Mas Willian, na sequência, chutou para fora. Sorte a dele que Julio Cesar estava lá de novo para defender a segunda cobrança chilena, desta vez de Alexis Sánchez. Marcelo deu tranquilidade e marcou o dele: 2 a 0.

Aránguiz fez o primeiro chileno com chute no ângulo de Julio Cesar. Hulk, na sequência, chutou no meio e Bravo defendeu com os pés. Díaz deixou tudo igual na sequência.

Ficou para Neymar a responsabilidade do último pênalti brasileiro. E ele não decepcionou. E Jara, na última cobrança, acertou a trave.

O Brasil enfrenta agora o vencedor de Uruguai e Colômbia, que se enfrentam às 17h no Rio de Janeiro. O jogo nas quartas de final será no dia 4, sexta-feira, em Fortaleza. Alívio para os brasileiros que não estavam no Mineirão do que a maioria dos mais de 57 mil presentes, preocupados antes mais com sorrisos para o telão apesar da tensão do jogo.

Pelo alto

A estatura da zaga chilena, tema que desagradou muito os defensores da “Roja”, foi abordado pelos jogadores do Brasil e do Chile antes da partida. E o primeiro gol do jogo saiu exatamente dessa forma. Neymar cobrou escanteio, Thiago Silva escorou e David Luiz, em disputa com Gonzalo Jara, marcou seu primeiro gol pela seleção (ainda que a Fifa tenha dado o gol ao brasileiro, o último toque para o gol foi do chileno).

A confiança do torcedor de Belo Horizonte só precisava desse gol para transformar o Mineirão em um caldeirão para os chilenos. Ainda que tivessem tido mais posse de bola no primeiro tempo, não ameaçaram muito o gol de Julio Cesar. O primeiro tempo terminou com 10 finalizações do Brasil contra quatro do Chile. O gol da “Roja” acabou sendo “doado” por Hulk.

No campo de defesa, próximo à área brasileira, o atacante recebeu arremesso lateral de Marcelo. Na devolução para David Luiz, Hulk tocou curto e foi interceptado por Vargas. O atacante achou Sánchez livre na área e o companheiro de Neymar no Barcelona só tocou para o gol, sem chances para Julio Cesar. O relógio marcava 32 minutos.

Até ali, o Brasil era dono do jogo, com algumas chances claras perdidas. Fred, bancado por Felipão até o último fio do bigode, foi muito mal e desperdiçou oportunidades que poderiam ter dado tranquilidade ao Brasil antes do intervalo. Numa chance, aos 39, o atacante tinha o gol livre e chutou por cima. Nem mesmo a ala cruzeirense, de quem é ídolo, o poupou.

Os erros de Hulk, também frequentes no primeiro tempo, despertaram os gritos de atleticanos por Bernard, campeão da Libertadores pelo time alvinegro. Felipão, como de costume, não deu ouvidos. Voltou dos vestiários com mesmos 11 titulares. Assim como Sampaoli.

Mudanças de Sampaoli

E um dos mais contestados da primeira etapa por pouco não “calou os críticos”.

Aos nove minutos, Hulk até mandou a bola para rede num chute de joelho após lançamento de Marcelo. Mas o atacante ajeitou a bola no braço e Howard Webb viu. Tanto que lhe deu cartão amarelo.

O segundo tempo começou bom para os chilenos, que mantiveram o controle da bola. Logo aos nove minutos, Sampaoli sacou Vargas e reforçou o meio campo com Gutiérrez. O setor já era o mais forte do Chile, que anulava Luiz Gustavo, Fernandinho e Oscar. Sem transição defesa-ataque, o Brasil só chegava ao ataque com algum perigo à base do chute longo.

O Chile, como nos seus jogos na primeira fase, manteve uma intensidade impressionante na marcação. Superaram a baixa estatura de time de menor média de altura da Copa com muita entrega. Como carrapatos, não deixaram os brasileiros criarem muito. Felipão tentou mudar com as entradas de Jô e Ramires nos lugares de Fred e Fernandinho, mas demorou para fazer efeito.

O Chile só não virou o jogo por conta de um milagre de Julio Cesar aos 19 minutos em chute à queima roupa de Aránguiz. Já no final do tempo normal, em chute de Hulk, Bravo também fez uma defesa providencial. E os 90 minutos ficaram na igualdade.

Hino de novo

Para tentar incentivar o time, o intervalo até o início da prorrogação teve mais uma vez a torcida entoando o hino nacional. Não adiantou muito. O time criou pouco e teve com Hulk, num chute de fora da área, a sua melhor chance na primeira metade dos 30 minutos extras. Bravo defendeu no canto o chute do atacante.

No segundo tempo da prorrogação, Willian entrou no lugar de Oscar. Mas o destino do primeiro jogo mata-mata da Copa de 2014 era uma decisão por pênaltis. A última do Brasil havia sido na semifinal da Copa de 1998, contra a Holanda, em Marselha.

Pinilla, com um chute no travessão nos acréscimos, tentou mudar esse destino. Coração na boca de brasileiros e chilenos. Coração que ficou ali até os pênaltis. (IG)

 

Por: Da Redação