A Estrada Parque Pantanal ganhou uma gigantesca ponte de concreto armado com 240 metros de comprimento e 10,80 metros de largura. A estrutura erguida pelo governo do Estado sobre o Rio Miranda, na localidade do Passo do Lontra, entre as cidades de Corumbá e Miranda trouxe mais do que a facilidade no escoamento da produção, mas a garantia do desenvolvimento do turismo. A ponte denominada “Alfredo Zamlutti” foi inaugurada hoje (04) pelo governador André Puccinelli.
Quem passa pela Estrada Parque Pantanal e chega até o Passo do Lontra se surpreende não só com a paisagem pantaneira, mas com a moderna travessia sobre o Rio Miranda. A estrutura vai substituir a antiga ponte de madeira de apenas três metros acima do nível do rio e que por muitos anos ficou sujeita à inundação na época de cheia. É mais tranquilidade e segurança para turistas e ribeirinhos, já que a nova ponte conta com 7,40 metros de altura sobre o leito em relação à cheia máxima do Rio Miranda. Os investimentos para a construção da ponte de concreto na Estrada Parque somam R$ 16,4 milhões, por meio de uma parceria com o Ministério do Turismo e contrapartida de cerca de R$ 8 milhões do governo do Estado. As obras começaram no mês de abril de 2010.
Conforme o governador André Puccinelli, a Estrada Parque por muitas vezes esteve interditada principalmente com a ponte de madeira danificada. Ao falar sobre o desenvolvimento da região com a construção da ponte de concreto, Puccinelli fez questão de ressaltar que o governo do Estado investiu acima dos 10% para tornar realidade o sonho da comunidade, turistas e de proprietários rurais. “Aqui demos a contrapartida de quase 47% porque entendemos a importância desta obra para o turismo na região”, justificou.
Puccinelli ressaltou também a importância da parceria principalmente da classe política para viabilizar os recursos federais. “Esta obra é fruto da união e da população que sabe reivindicar. Estamos contentes e orgulhosos por ver que esta ponte traz o nome de Alfredo Zamlutti e que será caminho para que os turistas possam conhecer as belezas naturais do nosso Mato Grosso do Sul”, ressaltou.
A construção da ponte além da segurança em relação à altura vai propiciar também a passagem de embarcações que não podiam trafegar com a antiga ponte de madeira. E é esta dimensão lateral da estrutura que surpreende os turistas e moradores da região. O vão é de 100 metros de largura de margem a margem. A ponte foi construída sem pilares centrais – geralmente utilizados para suportar grandes estruturas. O projeto moderno contou com o método de “balanço sucessivo sobre apoios deslizantes”, que é executado em pontes e viadutos com vãos maiores.
De acordo o deputado federal e de obras do Estado, Edson Giroto, todos os detalhes do projeto da obra foram discutidos com a Marinha do Brasil num projeto que vai viabilizar a passagem de embarcações maiores para fortalecer o turismo. A obra é o que faltava para o desenvolvimento da região. “É uma moderna engenharia e que traz segurança principalmente para a pecuária que hoje tem a garantia de não ter a saída impedida. O governo do Estado está olhando para o Pantanal, o que vai resultar no fortalecimento do turismo e da economia”, avaliou.
Turismo e desenvolvimento
Para turistas que chegam a partir do Buraco das Piranhas, na BR-262, entre as cidades de Miranda e Corumbá, a ponte está localizada a cerca de 10 quilômetros na rodovia MS-184. Ao longo da Estrada Parque Pantanal, o turista encontra hotéis, pousadas, campings e pesqueiros que oferecem diversas opções de lazer, além de restaurantes e vilarejos onde se concentram famílias de pescadores. Para contemplar as belezas naturais, o turismo na região está garantido, mesmo com o período das cheias.
“É realmente um grande presente para o Pantanal e o Mato Grosso do Sul. Com certeza vai trazer mais renda e maior fluxo do turista. Há anos era uma obra muita esperada”, comentou a empresária de turismo da cidade de Corumbá, Odila Maria Silveira. A empresária é proprietária há 20 anos de um hotel pesqueiro na localidade de Porto Morrinho, a cerca de 54 quilômetros do Passo do Lontra.
Para Odila Silveira, a expectativa agora é aumentar o fluxo de turista na região, principalmente na época de cheia quando o tráfego de turistas por muitas vezes foi interrompido com a ponte de madeira danificada. “Na época das chuvas não tinha como passar. É um marco, uma boa obra feita pelo governo do Estado”, concluiu a empresária.
Além do turismo, a ponte vai possibilitar o escoamento da produção local, assim como trazer mais segurança para o transporte de caminhões pesados. O tempo difícil e a chegada do progresso para o setor da pecuária foi lembrado pelo prefeito de Miranda, Neder Vedovato. “Já fui arrendatário há seis anos nesta região e quando a ponte de madeira quebrava a gente tinha que esperar a balsa nos buscar. Lembro-me da enchente no ano de 1995 quando enfrentamos grandes dificuldades. Hoje todos os produtores rurais não vão mais enfrentar mais esta situação graças à competência e a ousadia do governo do Estado que construiu uma ponte como essa”, disse.
Para João Venturini, empresário de turismo da região do Passo do Lontra, a obra concretiza um sonho de pelo menos três décadas. “É o inicio de uma alavanca para o progresso. Vai mudar tudo e vai trazer o desenvolvimento do ecoturismo, da pecuária e do empreendedorismo. Vamos investir mais e receber os visitantes nos 12 meses do ano. Era o que a gente não tinha antes”, afirmou.
Homenageado
A ponte de concreto sobre o Rio Miranda é denominada “Alfredo Zamlutti”. O homenageado é um dos pioneiros do Estado, trabalhou a maior parte da sua vida como pecuarista e banqueiro. Alfredo Zamlutti foi o fundador do grupo Financial, cujo banco existiu por 46 anos. As empresas do grupo financeiro chegaram a contar com cinco mil funcionários, conforme seus familiares. O empresário faleceu no dia 18 de setembro de 1989.
“Esta estrutura deveria se chamar ponte do progresso porque é uma obra de coragem como tinha o meu pai”, definiu o filho do homenageado, Alfredo Zamlutti Júnior. Em nome dos familiares, Zamlutti que é corumbaense fez questão de lembrar da dificuldade em transitar pela ponte de madeira, prejudicando principalmente para o setor da pecuária. “O governo do Estado está fazendo pela pecuária o que nenhum fez. A ousadia é de fazer duas pontes no Pantanal, sendo esta e a do Taquari. Não é qualquer governo que faz uma obra deste porte que vai trazer progresso com sustentabilidade”, ressaltou.
O evento contou com a presença de representantes da bancada estadual e federal, além de prefeitos e vereadores das cidades de Miranda, Corumbá e Campo Grande.
Por: Da Redação