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PF vai indiciar filho de cacique por mentir em denúncia de ataque em MS

 

A Polícia Federal (PF) vai indiciar um dos filhos do cacique Nísio Gomes, da etnia guarani-kaiwá, pelo crime de Denunciação Caluniosa. Em nota divulgada pela assessoria de imprensa nesta quarta-feira (21), o órgão informou que o indígena teria dado informações falsas à polícia ao denunciar o ataque no dia 18 de novembro contra o acampamento Guaiviry, localizado na região de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

Segundo informações da PF, o filho do cacique, que é a principal testemunha do crime, teria acusado pessoas inocentes de serem integrantes do grupo armado que atacou o acampamento. Em nota, a PF informou ainda que o indígena também teria mudado a versão sobre o caso em seus depoimentos.

As investigações apontaram que os vestígios de sangue encontrados nos cartuchos de bala de borracha eram do cacique, o que indica que as balas deflagradas poderiam ter sido entregues por ele mesmo ao filho, segundo a PF. Para os policiais, o indício derruba a versão dos indígenas de que o cacique teria sido levado pelos agressores.

Ainda segundo a PF, a testemunha relatou que no dia do ataque os agressores teriam chegado de caminhonete ao acampamento, e que após matar o cacique teriam levado o corpo. Já os três suspeitos que foram presos durantes as investigações afirmaram à polícia que teriam chegado ao acampamento a pé e pela mata. Ainda segundo a PF, durante um novo depoimento, o filho de Nísio teria voltado atrás e confirmado a versão dos suspeitos.

O inquérito sobre o caso será concluído nesta quinta-feira (22) e será encaminhado para a Justiça Federal.

Suspeitos

A PF vai indiciar 10 pessoas suspeitas de envolvimento no ataque ao acampamento indígena Guaviry. As investigações apontaram que fazendeiros da região teriam contratado seguranças de uma empresa privada para retirar os índios do local. Quatro fazendeiros, um advogado, dois administradores da empresa de segurança e mais três contratados foram indiciados pelos crimes de lesão corporal, formação de quadrilha e porte ilegal de arma de fogo.

Desaparecimento

Policiais encontraram vestígios de sangue do cacique no acampamento. Segundo a PF, a compatibilidade foi confirmada por laudo pericial. Para a polícia, esses indícios não comprovam a morte de Gomes. A quantidade do material encontrado foi pequena, o que significa que o ferimento provocado pelos tiros não seria suficiente para matar o cacique.

“Até o presente momento, a PF o considera desaparecido, até mesmo porque há mais evidências de que ele esteja vivo do que morto”, explica a nota divulgada pela assessoria de imprensa. (G1-MS)

 

Por: Da Redação