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Amplavisão 1314: O eleitor ao estilo ‘rabo de olho’

 

MEREÇO   Após 14 anos escrevendo a coluna semanal sem interrupção, viajarei para a Europa.Um retorno também de cunho sentimental  ao Velho Continente, pois pretendo visitar a região do Minho (Tangil)  no norte de Portugal – terra dos meus ancestrais. A vida passa como num assopro e devemos aproveitá-la da melhor forma. Até.

A MEIO PAU  Como bradar a bandeira da ética e moralidade no Senado com vários  ‘notáveis’ do seu partido envolvidos em escândalos e até presos? Esse o dilema que a senadora Simone Tebet ( MDB) enfrenta até aqui. Para piorar, o padrinho da sua  candidatura ao senado, o ex-governador Puccinelli (MDB) também caiu em desgraça –   por conta de denúncias de corrupção no exercício do cargo.

PERGUNTAS  que ouço: qual o papel da senadora Simone nesta eventual candidatura de Puccinelli ao governo? Manteria uma distância estratégica, sem grande exposição, com atuação restrita ao interior para evitar respingos inclusive a sua imagem?  Sua prioridade seria reeleger o marido Eduardo Rocha (MDB)  à Assembleia Legislativa?  Aliás, em Três Lagoas, o MDB no canto do ringue – reduzido a apenas um vereador na Câmara. Novos tempos.

FADIGA  A devassa eleitoral que se avizinha é fruto exatamente deste fenômeno que acontece de tempos em tempos. Qualquer observador  percebe o envelhecimento do grupo político liderado por Puccinelli. Basta olhar a sua volta nas últimas fotos.  A exemplo do Partido dos Trabalhadores, o MDB não se renovou. Para piorar, a imagem do partido em nível nacional associada a corrupção sem tamanho há muitos anos.

OBSERVADOR  plantonista no saguão da Assembleia Legislativa questionando se os minutos  no horário eleitoral gratuito do Partido da República (PR) (‘pobre república!’) que serão utilizados pelo candidato do MDB ao governo proporcionarão mais prejuízos do que dividendos eleitorais.  Após a debandada geral dos deputados, a imagem que  fica do PR é do ex-deputado federal Edson Giroto, preso.

PREPAREM-SE!   Gosto de repetir o aviso para que os deputados não se fiem no prestígio de seu candidato a governador. Aquele fenômeno do passado – quando muitos candidatos  foram  beneficiados pela proximidade ( ou luz)  do candidato ao Executivo, não deve se repetir. Tenho dois exemplos clássicos de políticos que foram usados pelos seus filhotes candidatos? Wilson B. Martins (MDB) e Pedro Pedrossian (PTB).

INCONGRUÊNCIA – se quiserem incoerência – a eleição para o Senado. É majoritária, elege o mais votado. O mandato é de oito anos, um absurdo; nos EUA copiado por Rui Barbosa, é de seis. Três senadores por Estado. Outro absurdo; nos EUA, idem, são dois, haja vista tamanho dos dois países e eleitorado dos diversos Estados brasileiros. As eleições ocorrem de quatro em quatro anos, para escolha de 1 e 2/3 dos senadores, ou seja, elegemos um e dois a cada eleição. (Rogério Distéfano)

A ELEIÇÃO, repito, é majoritária. Mas só no papel, porque na de 1/3 os candidatos disputam entre si; na de 2/3 não disputam, apenas seus nomes são postos em disputa. Não há disputa entre currículos. “Currículo” na política brasileira significa o dito ‘recall’, o grau de impacto da história do candidato em eleições anteriores. Ou sua fama na vida privada: o eleitor acha que o famoso faz milagres. Desinformado, vale o que o eleitor pensa que conhece do candidato; no geral nada que interessa. (Rogério Distéfano)

EM BAIXA   Todas as pesquisas apontam o desgaste do PT no Estado, levando a crer que o seu candidato HumbertoAmaducci apenas repita o desastre do postulante Alex do PT nas últimas eleições da capital. Eu sempre digo que o Partido dos Trabalhadores perdeu com a corrupção escabrosa de seus governantes, o seu maior patrimônio eleitoral   representado pelo discurso da ética. Caíram a máscara e a fantasia, ‘o rei Lula’ ficou nu.

DELFIM NETO:  “(…) Houve a separação entre política e economia, tornando o Brasil inadministrável. Antes da Constituição, segurança, saúde, transporte e educação era dever do Estado. Após a Constituição isso é colocado como direito do cidadão. Quando faz essa mudança altera o sistema porque o Ministério Público passa a ser o senhor do processo e o efeito é a judicialização da política e que agora está no ápice  com processo totalmente maluco em que o STF legisla”

MEMÓRIA  Prefeito de São Paulo Jânio Quadros preferiu o réveillon de Londres do que passar o cargo para a sucessora Luiza Erundina. Para demonstrar o desinteresse pela política pendurou uma chuteira no gabinete; aplicou multas de trânsito pessoalmente, fechou 8 cinemas que exibiriam ‘A Última Tentação de Cristo’; mandou expulsar alunos gays do Teatro Municipal e posou com a camisa do Corinthians. Ele foi mais um populista eleito pelos brasileiros.

NA MOSCA  Em sua palestra nesta semana na capital, o jornalista Carlos A. Sardenberg (Globo-CBN) respondeu a indagação deste colunista sobre o Governo Temer. Disse que a equipe econômica  é de primeira linha pelos números atuais, mas que o problema é de ordem política pelos fatos expostos na mídia, o que inclusive  inviabilizou a  proposta da sonhada reforma da Previdência. Para Sardenberg, sem essa reforça o país não se viabiliza, não anda.

“NUM PASSADO recente, nós saímos das mãos de nove dedos para entrar no mundo encantado de Dilma Rousseff, aquela que certa vez “saudou a mandioca” e que disse haver a espécie “mulher sapiens”. Era grotesco ouvir uma presidente de um país improvisar seus discursos. Mas o que dizer de Temer, que depois de chamar russos de soviéticos, colocou o rei da Suécia para reinar na Noruega e na reunião do G2o, disse que seu governo está empenha em ‘fazer voltar o desemprego”? (Lúcio Big, ativista digital)

A GUERRA   eleitoral no celular já começou com exibição de fotografias. Duas  delas fazem sucesso atualmente. Na primeira o ex-governador André aparece numa viatura da Polícia Federal quando de sua prisão. Na segunda o ex-juiz Odilon aparece ao lado de personagens que seriam ligados ao jogo do bicho. Evidente que novas batalhas virão e as ‘vísceras’ dos candidatos ficarão cada vez mais expostas. Não é difícil avaliar a reação do eleitor observando o cenário com aquele inconfundível ‘rabo de olho’.

A PROPÓSITO (…)…Vivemos na era dos humores ofendidos. E aqui, também, há quem ponha a culpa nas mídias sociais, que trouxeram para perto da superfície da comunicação toda uma gama de pessoas que viviam no silêncio, na irrelevância e na invisibilidade. Na hora em que esse “contrato de exclusão social da invisibilidade” foi  rompido, o ressentimento, o rancor e o ódio mostram sua face antes escondida…” (Luiz Felipe Pondé)

ENFIM…  Apesar da tipificação criminosa e da vigilância das autoridades, a guerra digital não perdoará demagogos, corruptos, estreantes e veteranos carimbados. Vão vasculhar atrás das cortinas e até debaixo da cama dos políticos na tentativa de achar algo comprometedor.  Hoje a investigação contra os candidatos é muito mais abrangente que antes, quando um cheque sem fundos ou um filho fora do casamento eram vistos como uma coisa do outro mundo. Esperem pra ver! É só o começo!

DISCURSOS   A comparação é inevitável na plateia. Quando o bom orador fala em primeiro lugar leva vantagem e ofusca quem discursa em seguida. Num evento de prefeitos  em Brasília o deputado Henrique Mandetta (DEM) levou azar ao ser escalado para discursar após a fala do deputado Fábio Trad (PDS) que esgotou brilhantemente o assunto  sob aplausos. Mandetta sentiu o golpe – quase nada a ponderar. Depois reclamou  ao protocolo. Ficou a lição.

EROM BRUM   “Há uma relação promíscua entre o Executivo e o Legislativo. Os nossos partidos estão grudados nos executivos. No âmbito municipal quem libera as verbas? É o Executivo, o prefeito. Os vereadores, o legislativo, precisa negociar muito. E a sociedade? E as minorias? Como fica o segundo e mais importante segmento da democracia, nós os representados ( o outro segmento seria dos representantes)? Nós continuamos observando esta relação espúria. Nós sempre fomos omissos , a sociedade brasileira sempre foi assim. Ela acordava de vez em quando e adormecia novamente. Não temos essa tradição cidadã) ( o autor é cientista político em MS)

COMPETENTE    Deputado federal não pode ser  mero ‘despachante’ junto aos órgãos públicos em Brasília. Há que ganhar espaço pelo conjunto de postura. Fábio Trad (PSD) acaba de ser eleito o 3º deputado federal mais importante do país pela assiduidade, nível e importância de projetos, participação em debates,  além de gastos moderados  e comportamento compatível ao cargo. A indicação é do ‘Ranking Políticos’ – site  que acompanha a atuação dos parlamentares.  Em 55ª. posição a deputada Tereza Cristina (DEM) é a parlamentar de MS mais próxima de Fábio na classificação.

ADVOGADOS  Em novembro eles vão escolher a nova diretoria da subseção estadual  da OAB-MS e até aqui 3 chapas estão se articulando. A propósito, a entidade  em nível nacional desgastada aos olhos da opinião pública. Em tempos de democracia, os interesses  ‘são outros’, principalmente de suas lideranças acopladas ao poder, partidos com  com políticos corruptos sob investigação.  Advogados – adotam a ‘Lei de Gerson’ e só olhando o próprio umbigo. Direito é uma coisa, justiça é outra.

Na política é difícil distinguir os homens capazes, dos homens capazes de tudo. (Henri Béraud)

 

Por: Manoel Afonso