Corumbá

União reconhece situação de emergência no Pantanal e prejuízos são estimados em R$ 5 mi

 

Portaria assinada pelo ministro da Integração Nacional, Antônio Pádua Andrade, homologou a situação de emergência decretada pela prefeitura de Corumbá em razão das inundações causadas pela cheia no Pantanal. O comunicado foi feito pelo coordenador-geral da Coordenadoria de Defesa Civil de Mato Grosso do Sul (Cedec/MS), tenente-coronel Fábio Santos Catarineli.

A homologação atende ao pedido feito no dia 13 de junho pelo Estado à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, por meio de parecer técnico, onde a Cedec/MS assinala o isolamento de 2.500 pessoas que residem nas áreas ribeirinhas sob influência do Rio Paraguai e os prejuízos econômicos, estimados pela Embrapa Pantanal em R$ 5 milhões, com a retirada do gado das regiões inundadas.

A homologação da situação de emergência pelo Governo Federal torna a região atingida pela enchente como prioridade quanto ao repasse de recursos financeiros e permite, excepcionalmente, o alongamento de dívidas dos produtores rurais. Os pantaneiros pediram liberação de linha de crédito especial e mudanças em programas, como o de retenção de novilhas. O Estado prorrogou a vacina antiaftosa até 30 de julho.

A portaria do Ministério da Integração Nacional chega em um momento de declínio da força das águas do Rio Paraguai, segundo o subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável e presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite, com a ressalva de que os efeitos da cheia para a pecuária perdurarão até 2019 por sua influência no score corporal das vacas de cria, causada pelo deslocamento dos animais em longas caminhadas.

“A situação de emergência nos permitirá captar recursos federais e, sobretudo, ter credito diferenciado para custear as despesas da retirada do gado e também alongamento das dívidas”, comemorou Luciano Leite. “A água está baixando na região próxima a cidade de Corumbá, mas ainda tem um longo caminho para chegar a Porto Murtinho, e no caminho vai continuar inundando”, afirmou.

Socorro aos ribeirinhos

Com a decisão do Ministério da Integração Nacional, a Cedec/MS enviou a Corumbá uma carga com água potável e kits adulto, infantil, de higiene pessoal e limpeza para distribuição às famílias atingidas pela cheia. O carregamento foi entregue à prefeitura que, a partir desta segunda-feira, realiza a quarta ação Povo das Águas, que consiste em levar assistência médica e social aos ribeirinhos.

Estado e Município prestam assistência à região, com atenção nas áreas atingidas pelo deslocamento das águas para o Sul, como os distritos de Porto Esperança e Forte Coimbra.“Não incluímos cesta básica nesta ação porque a prefeitura já realizou anteriormente o atendimento a estas famílias”, explicou o coordenador da Cedec/MS.

O material a ser distribuído aos ribeirinhos foi enviado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. O Povo das Águas é uma ação realizada por uma equipe multidisciplinar da prefeitura local, pelo Rio Paraguai, até a divisa com Mato Grosso, distante cerca de 240 km ao Norte de Corumbá. Mais de 200 famílias vivem nas barrancas do rio, nesse trecho, e a maioria foi atingida pelas águas.

Cheia no Pantanal perde força

A régua da Marinha em Ladário apontou uma estabilidade no nível do rio Paraguai por vários dias em 5,33 metros, seguida de declínio de um centímetro. A previsão é que as inundações no Pantanal cessem somente em julho. (Foto: Silvio Andrade / Governo do MS)