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Seca histórica: Em MS, todas as estações da Bacia do Rio Paraguai estão abaixo da média

O último boletim de monitoramento da Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, divulgado pelo SGB (Serviço Geológico do Brasil) mostra que as cinco estações localizadas em Mato Grosso do Sul estão com níveis abaixo do normal para este período do ano.

Conforme o boletim, na estação de referência, em Ladário, houve redução de nível de 6 cm, em um período de sete dias. A cota atual está em 71 cm, sendo que a média para o período é de 428 cm. Ou seja, o nível está 83.41% abaixo da média histórica. Confira:

O boletim mostra, que, na Bacia do Rio Paraguai, na extensão de MS, as estações de Ladário, Miranda, Aquidauana, Forte Coimbra e Porto Murtinho — todas no Estado — registram níveis muito abaixo da média. Confira:

Conforme explica a pesquisadora do SGB, Luna Gripp, apesar dos níveis baixos, algumas estações, como a de Ladário, ainda não registraram os menores valores já observados para o período. Ela explica ainda que os níveis apresentados no monitoramento não representam a profundidade do rio, mas fazem menção a um referencial específico para cada estação.

“Nesse período de monitoramento, durante a seca e a estiagem, os níveis dos rios sempre se mostram bem baixos. Entretanto, esses números são utilizados apenas para os comparativos com dados históricos, e só podem ser equiparados com os registros realizados em uma mesma estação. Quando a régua marca determinado valor, não significa que essa é a profundidade atual do rio”, explicou.

População

Além dos efeitos no clima, que afetam a população em geral no Estado, os moradores locais estão entre os que são diretamente mais atingidos.

Atualmente, conforme os dados disponibilizados também pelo SGB, a Bacia do Rio Paraguai em MS é cercada por uma população de aproximadamente 130,6 mil. Deste total, 96.268 estão em Corumbá; 21.522 em Ladário e 12.859 em Porto Murtinho.

Falta de chuvas e desequilíbrio ambiental

A falta de chuvas, em meio uma seca histórica, desfavorece a manutenção do nível dos rios. Além disso, há a previsão de poucas ou quase nenhuma chuva para as próximas semanas, aponta o Cemtec.

A seca reflete no desequilíbrio ambiental e Mato Grosso do Sul registra, inclusive, o maior incêndio da série histórico no Pantanal. A área queimada já ultrapassa os 600 mil hectares.

No estado vizinho, em Mato Grosso, no trecho da Barra dos Bugres, foi registrado o nível mais baixo já registrado no histórico para este período do ano: 43 cm. Essa cota é 35 cm menor que a média para o mês de julho, de 78 cm.

Focos de incêndio ativos até fim de julho

Julho fechou com 1.218 focos ativos de incêndios florestais no Pantanal, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Isso significa que há dois meses o bioma vem batendo recordes alarmantes de queimadas, agravados pelas condições climáticas desfavoráveis.

Segundo a tenente-coronel e diretora de proteção ambiental do Corpo de Bombeiros, Tatiane Inoue, as queimadas registradas em 2024 no bioma representam um aumento de 26,2% em comparação a 2020 e 1.544,8% em comparação a 2023.

Com a chegada de agosto, período já conhecido pela estiagem e ventos fortes, as autoridades se preparam para um trimestre ainda mais crítico e alerta moradores e produtores rurais para queimadas de vegetação em todo o Estado.

Vale lembrar que a queima controlada, das quais muitos produtores rurais têm autorização para realizar, está temporariamente proibida, assim como queimadas em perímetro urbano, que é crime ambiental.

Chuvas abaixo da média

Mato Grosso do Sul registra, ainda, chuvas muito abaixo da média histórica. Em junho deste ano, a maioria dos municípios registrou precipitação acumulada com volumes 100% abaixo do esperado. Ou seja, quase não houve chuva na maior parte do Estado.

Em contexto geral, o Cemtec observou que houve chuva acumulada entre 0-10 mm no mês de junho, em todo o Estado. Em razão disso, percebe-se que MS enfrenta uma intensificação acentuada da seca.

Nos primeiros 15 dias de julho, houve leve melhora, e oito cidades não registraram chuvas, contribuindo para a seca histórica vivenciada no Estado. Ao todo, 31 cidades apresentaram índices de precipitação de chuva abaixo da média histórica, enquanto apenas 13 ficaram acima da média.

*Midiamax

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