Após ter recebido alta do Hospital de Corumbá, na manhã de segunda-feira, 04 de junho, Éder da Conceição Assis, 28 anos, conhecido por grande parte da população de Corumbá e de Ladário pelo apelido de “Sandália de Cristal”, seguiu para a Delegacia de Polícia Civil em Ladário, onde foi ouvido pelo delegado titular, Enílton Zalla. “Sandália” foi vítima de agressão na noite de sábado, 26 de maio, quando deu entrada no Pronto-Socorro Municipal de Corumbá, cidade vizinha a Ladário, depois de ser socorrido por uma equipe do SAMU. Éder, que sofre de problemas neurológicos, ficou emocionalmente abalado com a agressão, e teve uma crise nervosa. Durante o período que ficou internado no Hospital, em Corumbá, ele se queixou de dores na cabeça e no braço direito.
Ele chegou acompanhado de Viktoria Lorrayna, presidente da ACOGLET (Associação Corumbaense de Gays, Lésbicas e Travestis), e de Tatiane Amorim, presidente da LGBTTT (Associação Corumbaense e Ladarense de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), à Delegacia, onde contou ao delegado sua versão sobre o crime.
“A Acoglet e a LGBTTT estão acompanhando de perto esse caso. Sandália sempre come na casa dos outros, anda mal trajada, está solta nas ruas, apesar de receber um benefício”, disse Viktoria Lorrayana ao citar o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social que, por determinação do Ministério Público, seria gerido por uma assistente social em Corumbá. “Essa profissional nos disse que o dinheiro está depositado numa conta em um banco, porém Sandália precisa que ele seja empregado em seu benefício”, completou.
Após a alta médica, Éder foi encaminhado para a família que reside em um dos bairros ladarenses. De acordo com a coordenadora do CREAS (Centro de Referência Especializada em Assistência Social) de Ladário, Renata Tapa, a mãe, Marta Ribeiro Conceição é a responsável legal por Éder e o acompanhou por um bom período quando esteve internado no Hospital.
A alta médica inclui o condicionamento da retomada do tratamento que Sandália realizava no CAPS (Centro de Apoio Psicossocial) José Fragelli em Corumbá. “Ela aceitou retomar o tratamento e passamos a tarde conversando com a mãe, explicando essa necessidade. Com os medicamentos e sendo atendido com as atividades, ele vinha mostrando uma evolução, ficando mais tranquilo”, disse.
Com relação ao benefício, Renata diz que o trabalho do CREAS, que envolve atendimento, orientação e encaminhamentos, buscará junto ao Ministério Público fazer com que o valor recebido mensalmente volte a ser gerido pela família de Éder, mais especificamente pela mãe. (Reportagem Diarionline)
Por: Da Redação