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Professores iniciam greve no Campus Pantanal e marcam ‘aula pública’

Greve dos professores do Campus Pantanal entra no primeiro dia e busca novas adesões (Foto: Agência Navepress)

Professores do Campus Pantanal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) iniciaram greve após durante assembleia na noite desta segunda-feira no Anfiteatro Salomão Baruki, aderindo ao movimento nacional. A assembléia reuniu professores, técnicos administrativos e acadêmicos. A greve ganhou adesão de acadêmicos que também participam do Comando de Greve. Para sábado está marcada uma “aula pública” como manifestação na esquina das ruas Frei Mariano e Dom Aquino, no Centro, às 9h. “Nossa luta é contra o sucateamento da universidade pública, fenômeno que vem acontecendo diante dos cortes de recursos federais”, destacou a professora de pedagogia e mestrado em educação da UFMS, Ana Maria Santana da Silva, representante do Adufms (Sindicato dos Docentes da UFMS) em Corumbá.

A greve geral foi decretada durante assembléia geral realizada quarta-feira. Nem todos os professores e acadêmicos aderiram ao movimento e por isso em alguns cursos as salas de aula ainda funcionam normalmente no Campus Pantanal “Faremos um balanço sobre a adesão ao movimento, mas já tivemos uma grande conquista com o apoio de uma grande parte dos alunos do Campus Pantanal”, enfatizou a professora. “A aula pública será um ato para prestar esclarecimento à população, porque esta greve é um movimento da sociedade, da educação como um todo”, acrescentou.

Os professores ressaltam a falta de apoio do Ministério da Educação e os altos investimentos do governo federal destinados a outros programas e projetos. A pauta de reivindicação dos docentes engloba reestruturação da carreira e reajuste de 27,3% para compensar perdas. A docência também se opõe ao corte de 35% de verbas para educação. “O deus-mercado falou mais alto no segundo mandato da Dilma e agora, se a gente não reagir, vamos perder todas as nossas conquistas, como as bolsas de estudo, verbas para pesquisa/’, enfatizou a professora Ana Maria Santana da Silva. “A Prefeitura também já sente os reflexos, porque programas para a educação básica foram cortados”, acrescentou.

O Campus Pantanal mantém hoje 130 professores efetivos e outros 20 contratados. Outra preocupação dos professores hoje é com a evasão dos acadêmicos. “O compromisso nosso é com a educação, estamos semeando, fazendo algo além de apenas preparar alunos para o mercado”, afirmou o professor de Educação das Relações Etnico-Raciais e Historiografia, Schabib Hany. “Parecia utópico lutar pelo ensino público no século passado, mas esta foi mais uma conquista dos professores”, acrescentou.

Estrutura precária preocupa acadêmicos

Os acadêmicos estão preocupados com a estrutura precária. Mesmo depois de um abaixo-assinado, a lanchonete do Campus Pantanal continua fechada às sextas e sábados por “questões religiosas”. Existe apenas um vigia noturno para as unidade I e II, apenas um técnico de computação, carência no quadro de professores e funcionários na administração, verbas de pesquisas foram cortadas e a direção está com dificuldades para deixar as contas em dia. “Queremos melhores condições para os professores e para a estrutura da universidade, por isso apoiamos o movimento”, ressaltou Sabrina Sander, acadêmica do curso de História. “Não estamos buscando dinheiro, estamos buscando qualidade de educação”, acrescentou a acadêmica Yasmin Graças. (Nelson Urt/Agência Navepress)

 

Por: Da Redação

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