Ladário

Parceria entre Embrapa e Prefeitura possibilita a implantação do “Quintal Agroecológico” na Apa Baia Negra

 

Os moradores da Apa Baia Negra, conhecida como Codrasa, participaram na manhã desta quarta-feira, 25 de maio, do Dia de Campo “Quintal Agroecológico”, idealizado pela Embrapa-Pantanal, juntamente com município, por meio da Secretaria de Fomento ao Desenvolvimento Econômico e da Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural. Durante o lançamento do projeto, estiveram presentes o Prefeito José Antonio Assad e Faria, acompanhado da primeira dama Gisele Maria Saab Assad e Faria, pesquisadores da Embrapa-Pantanal, responsáveis pelas atividades e autoridades da região de Ladário, como os Secretários de Assistente Social Jane Contu, Politicas Sociais e Cidadania Beatriz Cavassa, Infraestrutura e Serviços Públicos Roberto Guimarães, Especial de Fomento ao Desenvolvimento Econômico Jorge de Castro e a diretora-presidente da Fundação de Meio Ambiente Ligia Teixeira.

O Quintal Agroecológico, é uma atividade do projeto “Sistemas Agroflorestais biodiversos, que traz a produção de alimentos, geração de renda e recuperação ambiental”, onde todas essas ações são executadas através da Embrapa, junto com seus pesquisadores, que auxiliam os moradores nas técnicas de manter o projeto vivo.

Para o pesquisador da Embrapa Ubiratan Piovezan, o projeto é uma atividade coordenada pela Embrapa de Dourados, e quer apoiar o estabelecimento de sistemas que tenham produtos florestais, com valor para comércio e receitas da família, principalmente também resolvendo a questão da segurança alimentar. Todas essas características foram encontradas na Codrasa, chamando a atenção dele dos colegas pesquisadores.

“A nossa atividade era para desenvolver um sistema no Pantanal. Iniciamos em 2015, técnicas de trabalho, técnicas de semeamento, mas devido à distância, não conseguimos uma frequência de monitoramento dessas técnicas, ou seja, plantávamos e as mudas não ganhavam vida, não sabíamos se era uma questão hídrica, passarinho ou até mesmo praga. Chegamos à conclusão de que precisávamos de uma área mais próxima e de preferência representasse aquele solos do Pantanal, porque até hoje, não conhecemos nenhum sistema agroflorestal estabelecido nessa região. Após um encontro, resolvemos propor para a os moradores e eles aceitaram”, informou Ubiratan.

Já o pesquisador Alberto Feiden, falou que apesar de animador, o projeto ainda é experimental, com garantias de que a localidade é muito boa para que o projeto dê certo, “uma das alternativas para garantir a segurança alimentar da comunidade são os quintais agroflorestais, que são pequenas áreas que se associam a produção de alimento junto com produção de área, então, estabelecendo uma tentativa de desenho para atender a comunidade, estamos em fase experimental, é um estudo de pesquisas, e, avaliando a possibilidade de criar um modelo para essas condições especificas da Apa, a informação é que as características a nível solo é diferenciada. Mesmo assim, são séries de fatores que temos que avaliar. Entretanto vamos trabalhar com 18 espécies inicialmente”, falou.

O objetivo de todo o trabalho é promover a segurança alimentar dos moradores, através de um quintal agroflorestal suscessional, que atenda as restrições de uso de solo em uma Área de Preservação Ambiental, ao mesmo tempo de gerar produtos úteis aos moradores. A agroecologia é uma modalidade de atividade agrícola que prima observar processos ecológicos naturais em sistemas agrícolas ou florestais, com vistas à geração de produtos.

Acompanhando o processo de lançamento do projeto, o chefe do Executivo ladaresne, elogiou o trabalho e a parceria entre o munícipio e a Embrapa, resultando numa saia de aterro em um lugar, onde não se tinha nenhuma outra utilidade, se referindo a essas áreas que estão sendo implantadas o projeto.

“Através desse manejo sustentável, os trabalhos fazem com que esse espaço sirva para segurança alimentar das pessoas do seu entorno. É exatamente por ser uma região por uso restritivo, as pessoas encaram como dificuldade na implantação de áreas secas para se fazer agricultura, mesmo sendo de subsistência. O aproveitamento dessas áreas vai fazer com que uma área sem aproveitamento algum, sirva para que se possa fazer essa subsistência, fixando essa pessoa na terra e melhorando a qualidade de vida de quem habita a região, citou José Antonio.

Animada com as atividades propostas, a moradora Zilda dos Santos, proprietária da área que recebe o projeto Dia de Campo “Quintal Agroecológico”, disse estar muito contente.

“Para poder receber o projeto, me desloquei até Dourados, e lá fiquei encantada com o projeto. Logo resolvi encarar e aceitar o desafio. De tudo isso, além da garantia de um quintal agroflorestal, estarei também cuidando do futuro dos meus filhos, mantendo a área preservada. Além disso, aprendemos a geração de produtos de qualidade, que poderão ser ofertados para os ladarenses e até mesmo turistas”, mencionou com risos Zilda.

Espécies

Segundo a pesquisadora a Embrapa Cátia Urbanetz, por ser uma Área de Preservação Ambiental, existem algumas restrições, daí o modelo de plantio de um sistema agroflorestal, trabalhando com a família.

“é interessante, porque vamos utilizar espécies arbóreas, nativas também, além de algumas fruteiras, como Mangueira, Goiabeira. Vamos plantar árvores fruteiras nativas, como o Jatobá, Cumbarú, Manduví, alinhando um sistema de conservação, por se tratar de árvores nativas, visando a preservação da fauna, meio ambiente num todo, servindo também para a segurança alimentar da família que será responsável por cuidar de tudo isso”, afirmou. (Assessoria de Imprensa-PML)

 

Por: Da Redação