Ladário

Operação das Forças Armadas combate crime organizado na fronteira

 

O Comando do 6º Distrito Naval de Ladário vai usar 1700 homens na Operação Ágata 6, lançada nesta terça-feira, 9 de outubro, pelo Ministério da Defesa, dentro do Plano Estratégico de Fronteiras. Ao todo a operação mobiliza 10 mil militares e civis em 4200 km de fronteira nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre. “A operação tem por objetivo reduzir a incidência dos crimes transfronteiriços e ambientais e as ações do crime organizado, além de intensificar a presença do Estado brasileiro na faixa de fronteira e aumentar o apoio à população”, destacou o contra-almirante Rodolfo Dibo comandante do 6º Distrito Naval. “Durante as ações em conjunto, há um retraimento daqueles que cometem seus crimes”, acrescentou.

Além do comandante Rodolfo Dibo, participaram do lançamento da Operação Ágata 6, iniciada ontem e sem dia determinado para terminar, o general Carlos Sardinha, comandante da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira; o delegado da Polícia Federal, Alexandre Nascimento; o delegado da Polícia Civil, Enilton Zala; e o tenente coronel Valdir Acosta, comandante da Polícia Militar de Corumbá.

Além dos homens, o Ministério da Defesa e agências governamentais empregam viaturas, embarcações, helicópteros, aviões e aeronaves remotamente pilotadas (ARP) para realizar patrulhamento e inspeção naval na calha dos rios. São realizados bloqueios e controle de estradas urbanas, patrulhamento terrestre ostensivo, reconhecimento especializado de fronteira, revista de pessoas, embarcações, aeronaves e instalações; fiscalização de produtos controlados; operação de busca e apreensão; e interceptação de aeronaves suspeitas. “Esse tipo de operação conjunta se aprimora, facilita a integração entre as Forças Armadas, o planejamento e a execução”, avaliou o comandante Dibo.

Além da extensa fronteira seca com a Bolívia, com pontos vulneráveis para o avanço do contrabando e tráfico de drogas, outro desafio das Forças Armadas é a interlocução com as autoridades de segurança da Bolívia, onde o contingente militar não possui a mesma qualificação e equipamentos. “É uma questão política que está sob a alçada do Ministério da Defesa”, afirmou o general Carlos Sardinha. “Temos adidos policiais que trabalham na Bolívia em conjunto com a PSN (polícia federal boliviana)”, afirmou o delegado da Polícia Federal em Corumbá, Alexandre Nascimento. “Apesar da dificuldade de comunicação, volta e meia conseguimos uma cooperação quando existe demanda, eles (os bolivianos) tem nos entendido de pronto”, acrescentou.

O Comando do 6º Distrito Naval de Ladário vai usar 1700 homens na Operação Ágata 6

Juiz pede atenção especial

Em palestra proferida em Corumbá dentro da Jornada de Direitos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus Pantanal, o juiz federal Odilon Oliveira, na 3ª Vara Federal de Campo Grande, defendeu o emprego das Forças Armadas para fiscalizar e atuar na região de fronteira. “A fronteira é fundamental para a segurança nacional e para a segurança pública, e ali a legislação é especial para quem vive, para quem planta, para quem sobrevive do comércio, por isso a linha internacional requer uma atenção especial”, afirmou. “Não se pode fazer segurança da fronteira só com policial, é uma questão mais ampla, tem de haver integração entre todos os órgãos. O Estado tem de estar presente na fronteira”, sugeriu. (Reportagem: Nelson Urt/Imprensa)

 

Por: Da Redação