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Moringa e mandioca são alternativas para enriquecer a alimentação animal

Palestra discute como os alimentos podem ser fornecidos a aves de corte

Neste sábado (13), o pesquisador Frederico Lisita foi ao assentamento Paiolzinho, a cerca de 25 km da área urbana de Corumbá (MS), para ministrar uma palestra sobre o uso da moringa e da mandioca na alimentação de aves de corte e postura. De acordo com o pesquisador, a ação é resultado do contato feito por produtores dos assentamentos Paiolzinho e Tamarineiro II que demonstraram interesse em começar criações de frango caipira.

“Eles acreditam que isso é algo difícil de encontrar na região e que há um nicho de mercado na cidade. Porém, eles têm dificuldade para alimentar esses frangos aqui. Além de ser muito complicado produzir milho, o que vem de fora é caro em função do frete. O farelo de soja também é difícil de se obter na região. E galinhas e frangos se alimentam, basicamente, de milho e soja”, diz o pesquisador.

Por isso, Fred apresentou a moringa e a mandioca como alternativas para alimentar esses animais. “No caso do frango caipira, que come só milho, praticamente, ele leva cerca de seis meses para atingir o peso de abate (que fica em torno de 2,5 kg). Na granja, os animais atingem o peso de abate em, aproximadamente, um mês. A gente espera que, com a moringa e a mandioca na alimentação, o frango caipira atinja o seu peso de abate em torno de 90 dias. O tempo cai para a metade com um manejo alimentar que esses produtores têm condições de produzir aqui na região”.

A mandioca

Segundo Frederico, a mandioca é um alimento energético que pode substituir, em parte, o milho. “É uma cultura tradicional com a qual os agricultores já têm o costume de trabalhar aqui”, diz. Para utilizá-la na ração do frango caipira, o pesquisador recomenda triturar a raiz com uma picadeira de forragem e deixá-la secar ao sol. “Quando ela atingir em torno de 15% de umidade, a gente mói esse material e a farinha resultante está pronta para ser utilizada como ingrediente da ração”, afirma.

Frederico ressalta que a mandioca utilizada no processo deve ser aquela que não tem mais serventia para o consumo: pode ser tanto o produto que não foi vendido na feira quanto a raiz que passou do ponto de colheita. “A ideia é trabalhar com aquelas raízes que não estão mais cozinhando”, diz. “Essa mandioca que iria estragar pode ser triturada, secada e conservada durante muito tempo. Ela pode ficar um ano assim, sendo usada para a ração”.

A moringa

Essa planta originária da Índia tem altos teores de proteína nas folhas, de acordo com o pesquisador. “A gente colhe talos finos e folhas, tritura e deixa secar ao sol para incluir na ração. Mas a moringa também pode ser cortada e fornecida in natura, à vontade, para esses frangos. Ela vai substituir, em parte, o farelo de soja por ser uma forrageira proteica”, afirma.

Frederico ressalta as qualidades da moringa, cuja proteína se assemelha muito à de origem animal. “Ela é considerada um alimento de alto valor biológico – inclusive para humanos. É recomendada para mulheres em lactação, para pessoas com deficiência de proteína e até deficiência de minerais, porque é um alimento muito rico em ferro e cálcio”.

Utilizando tanto a moringa quanto a mandioca, Frederico ressalta os benefícios nos gastos com a alimentação dos animais. “A mandioca que seria jogada fora se transforma em matéria prima. A única despesa que o produtor vai ter é com a própria mão de obra. O equipamento utilizado também é simples e muito econômico. E a moringa, que é fácil de produzir, pode ser usada para alimentar vários outros animais – cavalos, bovinos, suínos, caprinos. Então, o custo é muito baixo”.

No próximo dia 27, será realizado um dia de campo sobre o tema, também no assentamento Paiolzinho. Para mais informações, ligue para (67) 3234-5943 ou (67) 3234-5957. (Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) – Embrapa Pantanal/ Corumbá – MS)

 

Por: Da Redação

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