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Mineradoras podem fechar balneários em Corumbá

Mais um desastre ambiental provocado por mineradoras na região de Maria Coelho coloca em risco o meio ambiente e pode anunciar o fim das atividades econômicas dos balneários da região. Com a chuva dos últimos dias a barragem construída pela mineradora Vale não suportou o volume de água e transbordou invadindo pequenas e grandes propriedades, tingindo as cachoeiras, antes cristalinas, de vermelho, devido a lavagem do minério. A lama desceu e atingiu em cheio o Lago Azul, Iracema e Menk impedindo as atividades de lazer proporcionadas pelos mananciais.

Segundo Jonas de Moraes, administrador do Lago Azul, nunca se viu nada parecido em onze anos, “antes quando acontecia uma coisa desta, a poeira do minério assentava em poucas horas e tudo voltava ao normal, mas agora essa sujeira permanece por mais de três dias”, disse explicando que, “com a água suja os banhistas vão embora, isso esta vazio de fazer dó. Não tem condições”, desabafou indignado com a enxurrada de lama que tingiu as águas cristalinas dos balneários, antes lotado.

Outro ponto de conflito – entre os moradores da região de Maria Coelho e a Vale – é com relação a uma cancela que a mineradora esta construindo no meio da estrada pública. Segundo moradores o Ministério Público já foi colocado a par da situação, “uma vez que fere os princípios constitucionais, de ir e vir”, disse Francisco Arruda, pequeno produtor que insiste em conviver na região, “agora se quisermos subir à colina vamos ter que dar satisfação à empresa ou pedir permissão. Isto é inadmissível em nosso país”, disse explicando que devido ao pó que aspira diariamente de minério de ferro esta com graves problemas pulmonares, “já fui orientado por um advogado como proceder, em caso de doença, cujo diagnostico conste que a causa são as partículas ferrosas em grande quantidade no organismo”.

Não é de agora que os moradores reclamam que a mineradora, apesar de falar em sustentabilidade e contrapartida social, pouco faz de fato pela comunidade, “olha a Escola não tem um brinquedo para as crianças e o Posto de Saúde, mas parece posto de doença, devido a quantidade de mato que sobe pela cerca e animais peçonhentos que invadem o consultório. Para piorar eles atendem apenas às quintas–feiras, quem precisar de emergência vai ter que recorrer ao hospital de Corumbá”, lamentou Francisco explicando que semana passada os moradores que buscaram atendimento odontológico tiveram que levar água em garrafas, “porque não tinha no aparelho do dentista”. (Reportagem Capital do Pantanal)

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Por: Da Redação

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