A Marinha do Brasil presta importante apoio às pessoas que vivem no Pantanal sul-mato-grossense, em especial às que residem às margens do Rio Paraguai, em regiões de difícil acesso. Dentre as ações, destacam-se as Evacuações Aeromédicas (EVAM), realizadas com o emprego de aeronaves do Comando do 6º Distrito Naval (Com6ºDN), que, somente no período de janeiro a julho de 2024, atendeu 31 solicitações do Corpo de Bombeiros Militar de Corumbá.
Os resgates são sempre realizados por uma aeronave do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Oeste (EsqdHU-61), organização militar subordinada ao Com6ºDN, e o deslocamento emprega um médico do Hospital Naval de Ladário (HNLa). Na chegada ao heliponto do EsqdHU-61, uma ambulância do Corpo de Bombeiros segue com o paciente para a Santa Casa de Corumbá.
O Guarda-Marinha (Médico) Cláudio Carrilho de Moraes Filho ingressou nas fileiras da MB em março deste ano e, desde então, é voluntário para acompanhar as EVAM. “Poder atuar diretamente no apoio a populações que carecem de atenção à saúde pelos limites de locomoção é motivo de orgulho profissional e pessoal. Eu já ouvia falar sobre a realidade das comunidades ribeirinhas e esse foi um dos motivos do meu ingresso. Teve, inclusive, uma experiência que me marcou muito. Foi o atendimento a uma paciente com suspeita de infarto agudo do miocárdio. Não fosse esse tipo de evacuação, as chances de sobrevida seriam mínimas”, afirmou.
O resgate de vítimas na região é uma ação de cooperação com o Corpo de Bombeiros e ocorre, eventualmente, em locais onde o acesso é difícil ou inviável via terrestre e em caso de comprovada emergência. O voo depende, ainda, de diversos fatores, como condições meteorológicas, utilização da aeronave em período diurno, distância do sinistro, entre outros.
Piloto do EsqdHU-61, o Capitão-Tenente Diego Matos Cotta já participou de várias EVAM e destaca que cada uma delas é única, desafiadora e profundamente gratificante. “Uma das missões que mais me marcou foi quando evacuamos uma mulher e seu filho recém-nascido. Estávamos em uma situação crítica, as condições climáticas não estavam ao nosso lado. O bebê precisava de cuidados urgentes, que não poderiam ser fornecidos onde eles estavam. Foi uma corrida contra o tempo, enfrentamos muita chuva e nos esforçamos para garantir que mãe e filho chegassem ao hospital o mais rápido possível”, relembrou.
Participar de ações como essa, segundo o piloto, vai além dos aspectos técnico e profissional. “É uma mistura de intensas emoções: a pressão do tempo, a responsabilidade de tomar decisões rápidas e a satisfação profunda ao ver que fazemos a diferença na vida das pessoas. Ver o alívio nos olhos daquela mãe quando pousamos com segurança, sabendo que seu bebê estava recebendo o cuidado necessário, é algo de que nunca esquecerei”, ressaltou o Capitão-Tenente Cotta.
*Agência Marinha de Notícias / Foto: CB-RM2-CL Otávio Henrique