Ladário

Meio Ambiente de Ladário tem APA Baía Negra como maior legado

 

A APA Baía Negra é um divisor de águas na administração do meio ambiente em Ladário. A importância da criação da Área de Preservação Ambiental no espaço da antiga estrada da Codrasa é tanta que o prefeito José Antonio acredita que a história do município ganhou perfil ambientalista a partir de sua instituição, em 2010. “Ladário passou a ser conhecida como a Ladário da APA Baía Negra, e começou a chamar muito mais a atenção de pesquisadores e ambientalistas de todo o País”, analisa o prefeito. “E no futuro, temos certeza, essa área será um destino turístico de relevância e uma vasta fonte de recursos para o município”, prevê.

APA Baía Negra é rica em biodiversidade e atração para turistas e pesquisadores (Foto: Navepress)

E uma das peças chaves das ações implementadas na APA Baia Negra é a bióloga Ligia Teixeira, mestre em Estudos Fronteiriços pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), onde se graduou, e ex-professora de Ciências da Escola Municipal João Baptista. Ela ainda lecionava quando a Prefeitura, em 2009, estava em busca de uma bióloga para atender as demandas ambientais da Secretaria de Obras e Serviço Públicos. Foi cedida pela Secretaria de Educação e, em 2010, nomeada gerente de Meio Ambiente. “Fiz um trabalho de formiguinha, busquei me informar e capacitar na Fundação de Meio Ambiente de Corumbá e no primeiro ano fizemos juntos a Semana do Meio Ambiente”, lembra Ligia.

Neste ano, com as mudanças provocadas pelas eleições, Ligia Teixeira assumiu como diretora presidente da Fundação de Meio Ambiente de Ladário e assim concluiu os oito anos de mandato da administração de José Antonio. Mas não vai embora. Ela acaba de tomar posse no cargo de bióloga gestora de atividades organizacionais, agora como efetiva. E vai assessorar a nova diretora presidente da Fundação, a bióloga Andréa Victorio, também funcionária efetiva da Prefeitura.

Ligia Teixeira considera a APA Baia Negra o maior legado deixado pela Fundação de Meio Ambiente às novas gerações. Ela foi uma das primeiras pessoas a chegar de barco na baía Negra, após atravessar pelos estreitos canais, ziguezagueando, rompendo os camalotes da baia do Arrozal. Isso ocorreu durante uma expedição neste ano organizada pela Fundação, com participação de diretores e técnicos da Embrapa Pantanal, Ibama, Agraer e outras entidades ligadas ao Meio Ambiente. “É um percurso de seiscentos metros entre a baia do Arrozal e baia Negra, quando o rio está mais cheio,e os barcos entram zingando pelos canais”, conta. “É uma região belíssima, que vale a pena ser visitada para pesquisa, contemplação, e que ainda vai significar muitas reservas para o turismo”, diz.

Barcos rompem camalotes em canais estreitos para chegar à Área de Preservação Ambiental (Foto: Navepress)

A APA Baia Negra é um programa em construção e deve crescer muito mais, segundo Ligia Teixeira. Está previsto a instalação de um píer dentro da baia do Arrozal para facilitar a imersão de pesquisadores e turistas. Caiaques e stand-ups devem ser disponibilizados para turistas, que terão as visitas monitoradas pelos próprios moradores, que serão funcionários capacitados pela Fundação de Meio Ambiente. “No mesmo espaço, está previsto a criação de um receptivo para turistas e ao lado uma torre de 30 metros, como temos na Estrada Parque, onde pesquisadores e visitantes poderão fazer suas observações e fotografar animais do Pantanal”, destaca a bióloga.

Ex-pousada agora é sede do Conselho Gestor

Outra mudança favorável à APA Baía Negra foi a reintegração de posse da antiga Pousada Vitória Régia, cujo imóvel estava instalado irregularmente em área da União. O órgão responsável por essa fiscalização é o SPU (Serviço de Patrimônio da União). Agora quem administra a pousada é o Conselho Gestor da APA Baia Negra, que tem como presidente Ligia Teixeira e conta com moradores como representantes. Na sede da pousada são promovidas ações como corrida rústica, ciclismo, motocross, dentro da semana de aniversário da APA Baia Negra, com apoio do Exército, que cede barracas, da Marinha e do Corpo de Bombeiros. Neste ano o Ibama ofereceu um barco de passeio a estudantes da rede municipal. “Na baia Negra a biodiversidade é rica e intensa, as árvores ficam infestadas de macaquinhos, os bugios”, diz a bióloga.

Bióloga Lígia Teixeira ajudou a regulamentar as demandas do Meio Ambiente em Ladário (Fotos: Navepress)

Planos de Resíduos Sólidos e de Saneamento

Outros avanços são o Plano Municipal de Resíduos Sólidos e o Plano Municipal de Saneamento Básico, que acabam de ser aprovados pela Câmara e foram repassados à nova administração. Também existe um termo assinado com Corumbá em que Ladário entra como consorciada na construção do Aterro Sanitário, que será responsável pelo armazenamento sustentável e reciclagem de todo o lixo descartado pelas duas cidades, quase 200 toneladas diárias. A área de construção do aterro fica em território de Ladário, na zona rural, imediações do Lampião Aceso, e já conta com uma pré-licença ambiental do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Todos os recursos para a construção do aterro intermunicipal serão destinados pelo Ministério do Meio Ambiente. (Nelson Urt/Navepress)

 

Por: Da Redação