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Ladário: História do busto do Mirante Pantaneiro

Homenagem a João Lemos de Barcelos no Mirante em Ladário

Quem realmente foi João Lemos de Barcelos?

João Lemos de Barcelos nasceu na cidade de Corumbá , no dia 7 de setembro de 1888, na Rua 7 de setembro numa casa de alvenaria, a única a época, construída de material naquela rua. Após realizar os estudos primários, entrou em 1899, como aprendiz da segunda classe, no Arsenal tendo por mestre Ricardo Bispo de Santana, afamado marceneiro com o curso de escultor pelo Liceu de Belas Artes da Bahia.

Barcelos, marceneiro de bom gosto, confeccionou, em madeira, o busto do capitão de fragata Manoel Ricardo da Cunha Couto, fundador e 1º inspetor do Arsenal da Marinha de Mato Grosso, com sede em Ladário.

Modelador e escultor nato confeccionou o busto de José Bonifácio de Andrada e Silva, o patriarca da independência do Brasil, existente na Avenida General Rondon, de Corumbá, esquina com a ladeira José Bonifácio (também conhecida por ladeira da alfândega). É seu trabalho o modelo, em madeira do portão do Arsenal, onde se lê:

“Ano de MDCCCLXXIII
Por ordem do ministro
Joaquim D. Ribeiro da Luz
O capitão de fragata M. R de Cunha Couto fundou.”

Barcelos executou muitos outros, juntamente com Eugenio Rodrigues da Silva, na parte de fundição e teve uma contribuição enorme quanto ao carnaval. Abrilhantou o carnaval, montando carros alegóricos e fabricando para o cordão carnavalesco “Pancada de Cego”.

Há muitos anos que o engenhoso artista João Lemos de Barcelos, residente em Ladário, vem fabricando, com gosto e perfeição, máscaras de papelão, imitando caras dos animais da rica e inigualável fauna brasileira, quando não semelhantes a cabeças humanas, sob o mais variado defuto físico. Por exemplo: a entidade carnavalesca “Pancada de Cego”, sempre exibia com mais de cem homens, todos fantasiados com cabeça de bicho, fabricadas por João Lemos de Barcelos.

O cordão carnavalesco “Pancada de cego” foi fundado por Barcelos, onde máscaras cujos moldes, produtos de seu engenho e fértil imaginação, eram confeccionados em plástica com argamassa. O cordão, integrado somente por operários civis do Arsenal, com mais de cem figurantes, ostentava aquelas carantonhas, de variados formatos e cores, representando figuras humanas com as mais horríveis deformações físicas e autênticas cópias de animais. As feras arreganhadas amedrontava a petizada e até adultos, mas no conjunto, o povo se deliciava ao ver tão atraente bloco de bichos, dançando, saltitando e cantando, conquistando a consagração popular.

Após realizar trabalhos de vulto para a marinha, aposentou- se em 1933, como artífice, passando a dar sua valiosa colaboração à indústria desta fronteira.

(Com informações da acadêmica do curso de História da UFMS e estagiária da Fundação de Cultura de Ladário, Daiane Lima dos Santos)

 

Por: Da Redação

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