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Fotógrafo Sebastião Salgado encerra no Pantanal projeto “Gênesis”

Mais de dez mil imagens com equipamentos analógicos, centenas de quilômetros percorridos de carro, barco e avião e banhos nos alagados de água transparente. Assim foi a maratona do fotógrafo Sebastião Salgado, 69, durante 30 dias nos pantanais de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso para concluir “Gênesis”, projeto que consiste em documentar as regiões intocadas da Terra.

“O Pantanal é um símbolo para todos nós. Estou muito feliz com o que vi e fiz”, disse o profissional nascido em Aimorés (MG), ao retornar a Corumbá. Salgado realizou, durante “Gênesis”, seu grande sonho: conheceu o Pantanal e Galápagos. Sua expedição durou oito anos e passou por outras regiões do mundo, como Sibéria, Patagônia, Alto Xingu, Guiana Holandesa, Amazônia venezuelana e África.

No Pantanal, o premiado fotógrafo brasileiro radicado em Paris contou com o apoio do núcleo de meio ambiente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Ong gestora da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Eliezer Batista, do grupo EBX, situada na região da Serra do Amolar. Conhecedor da região, o ex-policial ambiental coronel Ângelo Rabelo, fundador do IHP, cuidou do roteiro.

A viagem

Salgado, acompanhado do filho, Juliano, captou imagens nas RPPN Eliezer Batista e Acurizal, no Parque Nacional do Pantanal, em fazendas das subregiões da Nhecolândia, Paiaguás e Aquidauana. Percorreu o rio São Lourenço e conheceu os meandros da planície, como o Corixo Mata Cachorro. Também esteve no Porto Jofre, em Poconé (MT), onde ficou impressionado com o desmatamento.

“A marca que devemos deixar no Pantanal é do turista e não da destruição. O turismo não fere, é uma alternativa de distribuição de renda sustentável”, comentou. Ele lembrou que na sua região, no Vale do Rio Doce, a Mata Atlântica foi destruída pela agropecuária. Salgado realçou, no entanto, o comprometimento do homem pantaneiro com o seu ambiente, para ele “um exemplo”.

Exposição

O projeto “Gênesis”, o último da carreira do fotógrafo formado em economia, consistirá em dois livros e uma exposição com pelo menos 300 fotos. Salgado estima que o banco de imagens conta com mais de 25 mil fotos em película. A segunda fase do projeto será lançada em 2013, abrindo a mostra em Londres. Em seguida, Rio de Janeiro, Milão, São Paulo, Tóquio, Paris, Washington…

 

Por: Da Redação

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