O Fórum da Segurança, formado por representantes da Prefeitura, dos conselhos, comunidades, agências bancárias e as principais forças de segurança pública, estabeleceu ações concretas para o combate à violência em Ladário, cidade cuja população cresceu 70% em uma década, enquanto a do País atingia 12%. Números fornecidos pelo delegado de Polícia Civil Enilton Zala revelam que 1/4 do número de ocorrências criminais da região no último ano registraram-se em Ladário, com 2 mil casos, enquanto Corumbá tinha 8 mil. “Proporcionalmente, a situação de Ladário é mais grave e preocupante, pois conta com apenas 20 mil habitantes”, alertou Zala.
Com esses dados nas mãos e duas explosões consecutivas em tentativas de roubo a caixas eletrônicos, o prefeito José Antonio convocou o Fórum de Segurança para discutir os pontos críticos da violência e lançar ações concretas para combatê-los. Da parte da Prefeitura, uma das medidas efetivas é o investimento na Guarda Municipal, que ganhou recentemente 37novos integrantes efetivos e agora soma 70 membros na corporação. Todos os outros projetos e programas sociais serão fortalecidos e ampliados, segundo José Antonio. “O Projeto Semear, que beneficia alunos de famílias em situação de vulnerabilidade no contraturno escolar, será aberto a toda a sociedade”, informou o prefeito.
Transferido recentemente para chefiar a Delegacia de Ladário, Enilton Zala afirmou que a situação está sob controle, mas é preocupante. “As bocas de fumo que eram 15 praticamente dobraram em dois anos”, informou. Daqui em diante, os registros de ocorrências serão feitos todos na Delegacia de Ladário, para que o município possa trabalhar com estatísticas reais da violência na cidade e buscar soluções. “Já prendemos o bandido mais perigoso do bairro Alta Floresta, apreendemos o principal menor infrator e o enviamos à Unei, mas acontece que na mesma medida que prendemos um criminoso, surgem outros três”, analisou. “E é assustador como o tráfico e consumo da pasta base (de cocaína) se alastra pela cidade”.
O major Marcelo Lacerda, novo comandante da Polícia Militar em Ladário, citou o Projeto Bom de Bola, Bom de Escola, realizado pela PM, como um modelo para a inclusão social de crianças e adolescentes. E sugeriu maiores investimentos e atenção à Polícia Comunitária, criada para estabelecer um vínculo estreito com as comunidades dos bairros. “Contamos com o apoio da Guarda Municipal para estabelecer essa ligação em Ladáro”, destacou. A Polícia Militar conta hoje com um efetivo de 188 homens e um pelotão de 23 integrantes em Ladário. “E vamos atuar em sintonia, mais do que nunca”, acentuou Sérgio Normandia, comandante da Guarda Municipal de Ladário.
O Fórum de Segurança conta ainda com o apoio do comandante do 6º Distrito Naval, Márcio de Mello, do secretário de Desenvolvimento Integrado, Jorge de Castro; do presidente do Conselho Municipal de Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA), Alexandre Orichuela; presidente e membros do Conselho de Cidades, Aurélio Quintiliano, Antonio Bandeira e Luiz Aquino; gerente de Meio Ambiente, Lígia Teixeira; e da coordenadora de Educação no Trânsito da Agemtrat, Francys Laura de Moraes.
POLUIÇÃO SONORA
No Fórum de Segurança, ficou definida uma ação repressiva rigorosa para evitar que a poluição sonora continue perturbando os moradores da avenida 14 de Março, no centro de Ladário, conforme denúncias cada vez mais frequentes. Polícia Militar e Secretaria de Desenvolvimento Integrado, com Gerência de Meio Ambiente, devem promover em breve uma operação para notificar e punir aqueles que ouvem som acima do limite permitido, em caixas acústicas nos seus automóveis, estacionados ou em movimento na avenida 14 de Março, e atormentam a ordem pública. Com relação a conveniências que vendem bebidas geladas no varejo e são cercadas por bebedores inveterados que acabam urinando nas sarjetas e nos troncos de árvores da rua Azambuja e no canteiro da avenida 14 de Março, o delegado de Polícia Civil Enilson Zala sugeriu encaminhamento de denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE) para as devidas providências. “Está comprovado que carro equipado com megaso atrai variados tipos de clientela, como consumidores de droga”, destacou Zala. “Alguns chegam a ligar o alarme durante a madrugada e tocam músicas que fazem apologia à droga e à prostituição”, acentuou o secretário Jorge de Castro. (Reportagem: Nelson Urt/Imprensa)
Por: Da Redação