Neste penúltimo dia do 9º Festival América do Sul, o governo do Estado leva ao Palco das Américas o acordeonista Renato Borghetti e a cantora paraguaia Perla para representar o som que vem do sul do continente. O show acontece a partir das 21 horas, na praça Generoso Ponce, em Corumbá.
Poucos sabem que Renato Borghetti é hoje um dos artistas brasileiros de mais sólida carreira internacional. Borghetti e seu grupo estrearam no Festival de Verão de Bolonha a turnê europeia de 2007, que durante quase um mês percorre outras sete cidades italianas, passando ainda por festivais na Croácia, Republica Tcheca, Áustria e Alemanha. Na Áustria, onde se apresenta regularmente desde 2000, Renato se sente em casa, pois não há cidade em que não tenha tocado. “Lá tenho até um fã clube, as pessoas vão a tudo que é show, saem de Viena para assistir em cidades do interior e vice-versa, sempre lotando os lugares”, conta.
No verão europeu, as apresentações são na maioria ao ar livre, para milhares de pessoas; mas também teatros, clubes de jazz, casas noturnas e centros culturais daqueles países e da França, Portugal, Hungria, Holanda, Eslovênia, Bélgica, Suíça, que têm programado a música do gaúcho. Para os que gostam de rótulos e classificações, o instrumental de Borghetti costuma entrar nos arquivos de etnomusic, world music, jazz fusion. Mesmo tendo na essência, ritmos como vanerão, chote, milonga e chamamé não causam nenhum estranhamento. Até pelo contrario: “A sonoridade do acordeon é familiar para o público europeu, e como partimos de nossas raízes para uma música mais elaborada, uma coisa mais jazzística, a aceitação é total. São normalmente shows longos, não saímos sem fazer três a quatro bis, temos que voltar para o palco sem os instrumentos, se não nos pedem para tocar mais”.
A sala de grandes janelas da casa de campo dos Borghetti, à beira do Guaíba, em Barra do Ribeiro, foi transformada em estúdio de gravação para o DVD Fandango, que mostra um Renato em meio a paisagens do Rio Grande, contando sua história desde o início, surpreendentemente falante. Os 22 discos anteriores do gaiteiro foram feitos em estúdios urbanos. Desta vez, ele resolveu fazer o caminho inverso, levando para o ambiente rural a mais moderna tecnologia. Com direção do bamba Rene Goya Filho, o DVD é o primeiro produzido no Rio Grande do Sul no formato HD (High Definition).
Na Europa, o disco Fandango foi lançado em 2008, durante a grande turnê em que Borghetti comemorou dez anos de shows no continente. Suas primeiras apresentações foram em 1998, em Portugal e na França. Já a primeira viagem internacional foi em 1990, para shows no S.O.B.´s, de Nova York. Em 1995, estreou no Uruguai e na Argentina. Em 1999, voltou à França. No ano seguinte, de novo Portugal, França e o início do idílio com o público austríaco. A partir daí, dezenas de carimbos no passaporte: Viena, Innsbruck, Linz, Paris, Toulon, Berlin, Munique, Bremen, Budapeste, Lisboa, Praga, Florença, Padova, Lubliana, etc… Nos EUA foram duas vezes em 2006, uma delas no Festival do Acordeon de San Antonio, no Texas.
Perla
Voz excepcional, esse é o adjetivo para compreender o motivo que fez a cantora Perla vender 10 milhões de álbuns, ter dez discos de ouro, dois de platina (Comienza Amanecer), estar cinco vezes em primeiro lugar na Bilboard Latina e ser convidada especial para o Festival de Viña del Mar, no Chile, entre outros trabalhos que fazem parte de sua carreira.
Paraguaia de nascimento e com 30 anos de carreira no Brasil, Perla, que já dividiu o palco com artistas como Paulinho da Viola, Roberto Carlos, Cauby Peixoto, Elizeth Cardoso, Vinicius de Moraes, Tom Jobim e Clara Nunes, já teve sua voz comparada por Nelson Rodrigues com cantoras como Ima Sumak, Edith Piaf e Ernna Sak.
Com 52 álbuns gravados e um público exigente (já tocou para príncipe Charles, rainha Elizabeth, Charles De Gaulle príncipe Phillipe, presidente do Paraguai, embaixadores e ministros), a cantora que em 1971 separou-se do grupo “Lãs Maravilhas del Paraguay”, formado por seus pais e seus irmãos, todos músicos, não esperava que suas apresentações no Rio de Janeiro fariam sua carreira decolar.
Produto de uma mistura explosiva entre alemães, espanhóis e indígenas, além de sua voz, seu modo intimista e particular cativa seu público tanto no disco, como em suas apresentações. Perla participou do DVD Marcos Brasil cantando a música Mercedita. Também gravou esta no CD Reino Encantado 3, com Daniel.
A cantora Perla gravou recentemente seu álbum 52, titulado Perla Canta Paraguay – Brasil, que está sendo divulgado no Paraguay e no Brasil e América Latina. Melhor do que falar de Perla é ouvi-la. Uma coisa certa: voz carisma e talento ela tem. Realmente uma atração internacional.
Por: Da Redação