O Estado de Mato Grosso do Sul vive um período de extensa estiagem, o que deixa as autoridades em alerta. Em alguns municípios, como Corumbá, Pedro Gomes, Coxim, Ladário, e Alcinópolis não chove há mais de um mês.
Na Capital, a última chuva significativa registrada foi também um mês atrás (com oito milímetros de precipitação pluviométrica), o que aumenta o risco de queimadas urbanas.
“Esse tempo seco é propício a incêndios, a população deve ficar em alerta”, comenta o coordenador do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, tenente-coronel Francimar Vieira.
Em Corumbá, onde não chove há 45 dias, a situação é mais preocupante. Segundo dados da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), órgão vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o município pantaneiro lidera o ranking com o maior índice de queimadas no país. Só nos primeiros dias do mês de agosto foram registrados cerca de 540 focos. No mês de julho esse número ficou em torno de 470 casos, e durante todo o ano foram registrados quase dois mil casos. Em segundo lugar está Mirador, no Maranhão, com 885 focos durante o ano de 2012.
“Existe um trabalho de força tarefa na região de Corumbá com o Exército, Marinha, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros além dos brigadistas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que realiza várias ações preventivas para orientar a população sobre como proceder em casos de incêndios, e também trabalhar rigorosamente nos focos de queimadas”, reforça o comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, coronel Ociel Ortiz Elias.
Na Capital Morena os bombeiros registraram quase 300 ocorrências de incêndio. No mês de julho foram registradas 116 casos. “Esse é o período mais crítico do ano, de junho a setembro devido ao tempo seco há uma aumento de queimadas e, por isso, o cuidado deve ser redobrado. Na maioria dos casos o incêndio é causado por limpeza de terreno”, comenta Francimar Vieira.
Ele ressalta a importância de, nesta época, se ter cuidados até com hábitos corriqueiros. “O tempo está muito seco, qualquer faísca já é o suficiente para causar um incêndio fora do controle, então deve-se ter muito cuidado até com as bitucas de cigarro que se joga na rua. Já para os produtores rurais a dica é estar sempre atento à propriedade e sempre fazer vistorias nos campos”, orienta o coordenador.
Quem for pego ateando fogo poderá receber uma multa que varia de R$ 1,3 mil a R$ 5,2 mil. Além do valor financeiro, a saúde fica em risco. “A pessoa, antes de atear fogo em um terreno baldio, deve se conscientizar que além da multa altíssima há os malefícios que traz a saúde. E uma atitude tão simples pode trazer conseqüências irreversíveis”, explica o coronel.
Segundo o Centro de Monitoramento de Tempo e Clima dos Recursos Hídricos do Estado não há previsão de chuva nos próximos dez dias. Com a falta da chuva outra preocupação é com a baixa umidade relativa do ar. A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) alerta que o índice deverá ficar entre 30% e 20%.
A Defesa Civil desaconselha a população a praticar atividades ao ar livre e ficar exposta ao sol nos horários das 10h às 17 horas, e recomenda a redobrar os cuidados principalmente entre 10h 16 horas, em que a umidade do ar fica ainda mais baixa. A coordenadoria orienta também para a ingestão de bastante líquido, evitando problemas de desidratação.
Por: Da Redação