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Cordão Chuva de Prata homenageará “Ginho” a Carmen Miranda ladarense

O Cordão Carnavalesco está em Ladário desde 2005

Ajudando a manter vivo o Carnaval Cultural de Ladário, fazendo parte da história da Folia de Momo da Pérola do Pantanal, o Cordão carnavalesco Chuva de Prata, o único do município, conhecido por ser um dos últimos em atividade no Brasil, apresenta este ano no Espaço Folia, uma saudosa homenagem a um dos personagens mais irreverentes desta cidade, Nilton de Freitas, mais conhecido como “Ginho” ou Carmen Miranda.

Com o tema “A Eterna Carmen Miranda Ladarense”, a agremiação relembra os carnavais passados, com brincadeiras e animação das famílias que pulavam no ritmo das Marchinhas de Carnaval. Toda essa viagem ao passado será retratada por meio de palhaços, colombinas e princesas que representeavam a sociedade da época em que se surgiu os Cordões Carnavalescos no Brasil, durante a escravidão.

“Ginho” era um dos responsáveis por tanta euforia nas ruas do município durante as noites de folia. Com sua fantasia de Carmen Miranda, ele não só anunciava a chegada do Carnaval, como também contagiava a população com a sua alegria de viver dias de festas em meio ao Pantanal sul-mato-grossense. Além disso, o homenageado foi marinheiro, cozinheiro e o primeiro a trabalhar no Cine Ladário, que hoje, está desativado.

“Nada mais justo do que homenagear um homem que realmente sabia brincar o Carnaval, mostrando o valor da festa. Mesmo sozinho nada e ninguém o impedia de festejar junto à população o Carnaval ladarense, sempre com a sua fantasia de Carmen Miranda. Por onde passava, o público aplaudia, ele, querendo ou não, podemos dizer que é mais um símbolo dessa grandiosa festa em nossa cidade”, disse o presidente do Cordão Chuva de Prata Lucilio de Arruda Barbosa, conhecido como “Alemão”.

Ele ainda conta, que todos os anos é a mesma emoção e que os trabalhos, para que tudo saia perfeito durante a sua passagem pela Avenida 14 de Março, começam logo após o término da festa.

“Todos os anos os integrantes mudam, cada vez mais recebemos mais pessoas que querem desfilar no Chuva de Prata, por isso, as costuras, as fantasias, adereços, são pensados desde fevereiro mesmo, logo depois do Carnaval, para que tudo saia perfeito no ano seguinte”, explicou “Alemão”.

Família unida

Todos os trabalhos não ficam apenas na mão do carnavalesco, a família se reúne meses antes do Carnaval. A esposa, Maria Domingas, fica responsável pelas costuras e pelos belos vestidos mostrados durante o desfile, os filhos pela organização. “A festa é linda, a receita é amor por tudo”, resume Lucilio.

Já a sua esposa, Domingas, diz que entre “tapas e beijos” os trabalhos saem, porque realmente o que predomina é o amor do casal e também pelo Carnaval. “Às vezes nos estranhamos, os gostos não agradam um ou outro, mas no final o resultado é a família unidade na Avenida mostrando o Chuva de Prata. A recompensa é a alegria e os aplausos do público. Chego de ficar emocionada”, comentou.

Para a diretora-presidente da Fundação de Cultura, Wanessa Rodrigues, que esteve visitando a casa do carnavalesco, enfatizou a importância do resgate do Carnaval Cultural em Ladário, que a cada ano, vem ganhando mais espaço.

“O Cordão Chuva de Prata torna realidade esse sonho. Mostrar o Carnaval de Ladário voltado ao resgate da nossa história, das nossas raízes é importante, mantermos viva essa manifestação cultural em nossa cidade”, mencionou Wanessa.

Como tudo começou

De acordo com Alemão, a ideia nasceu para resgatar uma tradição do Carnaval da região, já que existem poucos Cordões Carnavalescos espalhados pelo Brasil.

Logo, por ser filiado a União dos Cordões Carnavalescos da cidade vizinha, mudou-se para Ladário, com a ideia de montar a agremiação na Pérola do Pantanal.

Pouco a pouco, com o apoio cultural da Fundação de Cultura, e o esforço da família dele, nasceu o Chuva de Prata. A casa acabou virando o barracão do Chuva de Prata.

“Saí muitos anos desfilando em alguns blocos e cordões, resolvi montar aqui em Ladário um. Deu certo. O nome era pra ser Pingo de Ouro, porém, não tínhamos gostado, e por conta das cores que são Prata, vermelho e dourado, chegamos à conclusão de que o melhor seria Chuva de Prata, dando uma irreverência às gotas de chuva que caem na nossa cidade”, explicou o carnavalesco.

Com tanta tradição, o Cordão Chuva de Prata, por conta de suas fantasias, acaba sendo um “museu” para algumas agremiações da região. Só para este ano, as suas vestimentas poderão ser vistas na Passarela do Samba, nome dado a Avenida general Rondon, em Corumbá, durante os dias de folia, no desfile de algumas Escolas de Samba do Grupo Especial.

“Tenho comigo que a festa no qual ajudo a fazer, o carnaval, só irei parar quando fechar meus olhos. Enquanto isso, sigo aqui, levando um pouco da alegria para os foliões ladarenses que tanto merecem, assim, como quem nos visita. O sorriso estampado no rosto de cada pessoa no Espaço Folia, com toda veracidade, é a minha melhor recompensa por um trabalho de 365 dias do ano”, finalizou emocionado Alemão.

O Cordão Carnavalesco, que está em Ladário desde 2005, traz para 2016, aproximadamente 120 integrantes, que irão desfilar no último dia de Carnaval, na terça-feira, 09 de fevereiro, às 22h00. (Assessoria de Imprensa-PML)

Confira a Letra:

(Helson da Fuzarca)

Tema- “Nilton de Freitas (Ginno) Saudade que não morreu”

Saudades do grande artista, Alegria que não morreu
Ginho de Carmen Miranda, na Avenida nos enlouqueceu (Bis)
Hoje o Chuva de Prata vem te homenagear
De Marinheiro a Cozinheiro
Ele nos Encantou
E no Cinema se projetou…

 

Por: Da Redação

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