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Cimento Itaú é notificada por emissão de gazes poluentes

A indústria tem prazo de cinco dias para efetuar os ajustes necessários e impedir o lançamento de monóxido de carbono na atmosfera

 

A indústria tem prazo de cinco dias para efetuar os ajustes necessários e impedir o lançamento de monóxido de carbono na atmosfera

Após denuncia de moradores dos bairros Universitário e Vila Mamona, próximos a indústria de Cimento Itaú – do grupo Votorantin – na Avenida Rio Branco, em Corumbá, a Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário do Município notificou a empresa a efetuar os ajustes necessários nos filtros para impedir o lançamento de monóxido de carbono na atmosfera.

O documento foi lavrado na manhã desta quinta-feira, 12 de abril, pelo engenheiro químico Luiz Henrique Manier, após vistoria no local, “exigimos que façam uma regulagem diferente no eletro filtro de modo que impeça o lançamento de gazes poluentes no ar. A justificativa da empresa é de que a Enersul é co-responsável por parte do problema, pois com as quedas freqüentes de energia, os fornos precisam ser religados varias vezes ao dia para garantir a produção, o que leva a uma maior concentração de monóxido de carbono e o perigo de explosões”, disse o engenheiro.

Manier adiantou que mesmo com as justificativas, foi feito a notificação dado um prazo de cinco dias para adequações necessárias a fim de evitar a poluição, “deixamos claro que o não cumprimento da advertência vai acarretar multas e demais medidas cabíveis”. Na verdade, o engenheiro cobrou o cuidado de diminuir a produção, “para que não desligue durante a emissão por causa do excesso de monóxido de carbono”. O problema foi diagnosticado e as providencias devem ser tomadas por parte da empresa, “sabemos que isto não vai ser feito da noite para o dia, mas vamos cobrar o prazo”.

Diariamente a indústria tem lançado gazes venenosos na atmosfera. A situação foi levantada pela própria comunidade que alegou problemas de saúde, sujeira devido à fuligem nas roupas e carros além do “ar pesado”.

Perigo

O monóxido de carbono é um gaz que tem uma característica específica que o torna venenoso. No caso do monóxido de carbono, a característica tem a ver com a hemoglobina no sangue.

A hemoglobina é formada por proteínas complexas que se unem aos átomos de ferro. A estrutura da proteína e do seu átomo de ferro faz com que o oxigênio se una ao átomo de ferro de maneira bastante superficial. Quando o sangue passa pelos pulmões, os átomos de ferro na hemoglobina se unem a átomos de oxigênio. Quando o sangue flui por áreas do corpo com pouco oxigênio, os átomos de ferro liberam o oxigênio deles. A diferença na pressão do oxigênio nos pulmões e nas partes do corpo que precisam de oxigênio é muito pequena. A hemoglobina é bastante sintonizada para absorver e liberar oxigênio apenas nas horas certas.

O monóxido de carbono, pelo contrário, se une com bastante força ao ferro na hemoglobina. Quando o monóxido de carbono se prende, é bem difícil de soltar. Então, se você inala monóxido de carbono, ele gruda em sua hemoglobina e ocupa todas as áreas de ligação de oxigênio. Com o tempo, seu sangue perde toda a capacidade de transportar oxigênio e você sufoca.

Como o monóxido de carbono se une com muita força à hemoglobina, você pode ser envenenado por monóxido de carbono – até mesmo em concentrações bem baixas – se estiver exposto por um longo período. Concentrações baixas de 20 ou 30 partes por milhão (PPM) podem ser prejudiciais se você ficar exposto por várias horas. Uma exposição a 2 mil PPM por uma hora resultará em perda de consciência.

Muitas coisas comuns produzem monóxido de carbono, inclusive carros, equipamentos a gás, fornos a lenha e cigarros. (Reportagem Capital do Pantanal)

 

Por: Da Redação