Mais conhecido como tocador de cururu, seu Sebastião de Souza Brandão também possui outras habilidades que o ligam diretamente a viola de cocho. Além de confeccionar a viola, toca perfeitamente o instrumento junto com o grupo de cururueiros ladarenses formado por cinco integrantes, João Damázio (João da Bomba), José Cabral (Zé Pretinho), Gilbertinho Casimiro e Vitalino Soares.
O artista que atua profissionalmente na área desde muito cedo relata que aprendeu com seu pai a confeccionar a viola e a dançar o cururu e siriri (danças acompanhadoras da viola). Na fazenda onde morava, na região do Castelo, eram comuns nas festas, as danças do cururu e siriri, e com isso, foi aprendendo e desenvolvendo o dom de confeccionar a viola.
Teve seu trabalho nacionalmente reconhecido em 2013 quando começaram a surgir encomendas de seus artesanatos para serem levados a outras partes do Brasil e até mesmo para o exterior, como para Lisboa em Portugal. Em especial, suas encomendas são mandadas para São Paulo, onde esteve recentemente demonstrando seu trabalho em uma oficina que durou cerca de uma semana, foi ali que também estreitou laços e fez amizades. Com isso, conseguiu encomendas de violas e de chaveirinhos de viola.
Confecciona suas violas em uma oficina montada no quintal de sua casa e com o auxílio de um sobrinho consegue atender a demanda dos pedidos. Agora, em especial, tem confeccionado violinhas em miniatura para chaveiro e que tem gerado inúmeras encomendas. Vale ressaltar que, seus trabalhos são feitos em conformidade com as normas ambientais, com as devidas autorizações de corte e extração da madeira (ximbuva ou sarã) pelo IBAMA.
Seu Sebastião relata que as violinhas dão muito mais trabalho que fazer uma viola de cocho propriamente dita, pelo fato de requerer maior atenção e cuidado, principalmente no acabamento.
Seu artesanato pode ser encontrado também em lojas especializadas em artesanatos de Ladário e Corumbá.
Defensor de sua arte e da cultura da preservação do modo de fazer a viola, seu Sebastião comemora atualmente em dose dupla a sua vitória em dois projetos:
A primeira, no projeto Mais Cultura: Microprojetos Pantanal oferecido pela Funarte por meio do Ministério da Cultura, onde seu trabalho intitulado Confecção da Viola de Cocho, foi contemplado com o prêmio de Onze mil, para a realização de oficinas, ensinando e perpetuando os conhecimentos tradicionais para que sejam colocados em prática pelos mais jovens e desta forma, novas violas sejam confeccionadas e até gerar renda.
E a segunda no projeto Prêmio Culturas Populares, Edição Mazzaropi, promovido pelo Ministério da Cultura, em que foi premiado como MESTRE, com recurso de dez mil. (Assessoria de Imprensa da PML)
Por: Da Redação
