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AHIPAR prepara licitação para realinhar canal do Rio Paraguai e garantir tráfego e segurança

Passo do Jacaré, ponte ferroviária (Foto: Divulgação)

 

Passo do Jacaré, ponte ferroviária (Foto: Divulgação)

A Administração da Hidrovia do Paraguai (AHIPAR), órgão do Ministério dos Transportes com sede em Corumbá, realiza até o mês de outubro licitação para a dragagem de recuperação do leito do Rio Paraguai no trecho conhecido como Passo do Jacaré, ao lado da ponte ferroviária, no distrito de Porto Esperança. A intervenção foi contemplada pelo PAC 2, com recursos de R$ 6 milhões.

O projeto de engenharia elaborado pelo Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), da Universidade Federal do Paraná, foi concluído em 2012 e o Ibama já liberou licença prévia para execução do serviço. A AHIPAR, por meio do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), inicia procedimentos para cumprir as condicionantes ambientais visando obtenção da licença de operação.

Bancos de areia

O superintendente da AHIPAR, engenheiro Antonio Paulo de Barros Leite, explicou que não se trata de uma dragagem de aprofundamento, alargamento ou expansão de áreas portuárias ou da hidrovia, mas de realinhamento do canal em relação ao vão central da ponte. Ao longo de décadas, em decorrência de situação antrópica causada com a construção da ponte, formaram-se bancos de areia, desviando o leito do rio.

Estes sedimentos impedem o ano todo, com maior dificuldade no período de estiagem, um melhor aproveitamento da capacidade de carga das embarcações. A seca mostra o assoreamento a montante da ponte, com o canal se deslocando para a margem oposta ao vão central, obrigando o tráfego de alto risco das embarcações em ângulo de inclinação acentuada ao seu eixo.

As dificuldades de manobra e transposição da ponte – sua estrutura não é perpendicular ao rio – não são de agora. A dimensão das bases de seus pilares é apontada como a causa pela concentração de sedimentos, visto que nesse local ocorre o aparecimento de remanso tornando a deposição de partículas em suspensão, que são carreadas quando não há barramento e o rio flui naturalmente.

Atender demanda

O Passo do Jacaré (km 1391 da hidrovia) tornou-se um dos gargalos da via, limitando carregamentos de minério e derivados de soja dos portos de Corumbá e Ladário (Sobramil e Granel Química) e a navegação de comboios de maior calado. Também oferece riscos de abalroamento das embarcações na estrutura da ponte, tombada recentemente pelo patrimônio histórico nacional.

“Precisamos atender esta demanda para garantir as condições de navegabilidade que a hidrovia oferece em todo o seu trecho”, disse o superintendente. “O trabalho a ser executado é fruto da aspiração dos empreendedores privados, como a Vale e a MMX. Este é o entendimento do Ministério dos Transportes e do governador André Puccinelli, que nos recomendou atenção especial aos operadores da via”.

Antonio Paulo informou, ainda, que a intervenção atende recomendações da Marinha quanto à segurança das embarcações, passageiros e da ponte. O novo canal terá uma extensão de 4,2 quilômetros e 106 metros de largura, com profundidade mínima de 3,5 metros na estiagem, estimando-se a retirada de 268 mil metros cúbicos de areia. O projeto inclui monitoramento e nova sinalização por bóias.

 

Por: Da Redação