A ameaça de Vladimir Putin de usar armas nucleares na Ucrânia deixou o mundo em alerta.
Em entrevista à CNN Rádio, o professor de Relações Internacionais da USP e coordenador do Observatório da Democracia no Mundo, Felipe Loureiro, explicou o que são esses armamentos a que o presidente russo se referiu.
Ele lembra que o mundo só assistiu o uso de armas nucleares no final da 2ª Guerra Mundial, pelos Estados Unidos, no Japão, em Hiroshima e Nagasaki.
“A população quando pensa em bombas nucleares imagina essa, que são as armas estratégias capazes de destruir cidades inteiras, com raio de destruição muito significativo, de cidades inteiras destruídas.”
No entanto, ele ressalta que Putin se referia a armas nucleares táticas. “Elas têm menor capacidade de destruição, com raio menor.”
Loureiro destaca que “normalmente essas armas táticas são pensadas e utilizadas contra tropas em campo de batalha e teriam efeito menos significativo do que as estratégicas.”
O professor avalia que Estados Unidos e a União Europeia “não acreditam na possibilidade do uso de armas nucleares.”
Na opinião dele, não é possível ter essa certeza.
O risco de “pagar o blefe” de Putin e ampliar a ajuda militar à Ucrânia, destaca o especialista, é de continuar escalando o conflito e chegar ao limite.
Ao mesmo tempo, ele não acredita que haverá um recuo por parte dos países ocidentais e que um cessar-fogo, neste momento, é “muito difícil”.
*CNN Brasil / Com produção de Isabel Campos / Foto capa: REUTERS/Alexander Ermochenko