O deputado federal e ex-governador Zeca do PT rebateu as acusações feitas pelo empresário Joesley Batista, da JBS, de que teria sido o petista a iniciar a cobrança de propina em Mato Grosso do Sul em troca de benefícios fiscais para empresas do grupo, porém admitiu ter recebido doação do homem que fechou a delação que abalou a república.
Zeca afirma que recebeu R$ 1 milhão em doação da JBS, via Partido dos Trabalhadores. À época o petista disputava eleição pelo governo estadual contra André Puccinelli (PMDB), e revelou ter sido procurado pelo dono da JBS, que teria lhe oferecido ajuda na campanha.
“Ele viu que eu tinha chance de ganhar. Mas, infelizmente eu perdi”, disse Zeca à reportagem durante agenda pública na manhã desta segunda-feira (19), na Capital, onde acompanha o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra (PMDB-RS) e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
O deputado federal, que cogita disputar uma cadeira no Senado em 2018, pontuou que só conheceu Joesley em 2010, ou seja, quatro anos após deixar o governo. Até então, ele afirma que conhecia apenas o ‘Júnior da Friboi’ (José Batista Júnior), irmão mais velho de Wesley e Joesley.
“ Falar até papagaio fala. Se não tiver provas e condenar vão cair do cavalo, a lei é clara quanto ao ônus da prova, que cabe a quem acusa”, disparou Zeca, que frisou ainda que poderá tomar as ‘medidas cabíveis’ contra o empresário.
Em entrevista à Revista Época, Joesley afirmou que o esquema de pagamento de propina levado à cabo pela JBS teve início em Mato Grosso do Sul, na gestão de Zeca, e se manteve com Puccinelli e Azambuja.