Depois de praticamente dois dias de manifestações e vigília na Assembleia Legislativa, os mais de mil trabalhadores em educação, que estavam acampados na Casa de Leis, desocuparam o prédio, no início da noite desta quinta-feira (10), com a garantia, por parte dos deputados estaduais de MS, que tanto o poder legislativo como o executivo irão assinar um documento assegurando aos administrativos da educação direitos como a inclusão da categoria no Estatuto dos Profissionais da Educação Básica de Mato Grosso do Sul, a Lei Complementar 0087/2000, e que os pontos dos dias de manifestação não serão cortados.
De acordo com o presidente da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Magno Botareli Cesar, entidade que estava à frente do movimento, a alteração do reajuste salarial dos administrativos não foi alcançada, porém com a inclusão deles no Estatuto dos Profissionais da Educação Básica de MS, a data base da categoria passa ser a mesma que a dos professores da rede estadual de ensino, 1º de janeiro, o que facilita negociações como esta, pois questões como os índices de reajuste serão debatidas juntamente com o magistério, o que possibilita que os trabalhadores em educação tenham o mesmo reajuste, tanto professor, como administrativo e, além disso, o administrativo da educação passa a ter uma carreira única.
Roberto explicou que uma comissão da Federação irá confeccionar o documento com as reivindicações dos administrativos da educação, como esta inclusão no Estatuto dos Profissionais da Educação Básica de MS e para que o ponto dos manifestantes não seja cortado nestes dias de reivindicações, para ser assinado pelos deputados estaduais e pelo governador, André Puccinelli (PMDB). “Os deputados estaduais se comprometeram a interceder junto ao Governo para que esse documento seja assinado e em 15 de agosto a reformulação do Estatuto dos Trabalhadores em Educação seja debatida, para que os administrativos passem a fazer parte da Lei Complementar 0087/2000, com a sua carreira única e no dia 30 de setembro o novo Estatuto, reformulado, seja aprovado na Assembleia Legislativa”, afirma.
O presidente ressaltou ainda que caso o governador se recuse a assinar o documento com os compromissos do poder executivo e do legislativo com a categoria, a Federação vai solicitar que os deputados estaduais votem contra o reajuste de 6% para os administrativos da educação e seguirá com as mobilizações, havendo a possibilidade de greve na rede estadual de ensino.
A secretária dos funcionários administrativos da FETEMS, Idalina Silva, ressaltou que uma das grandes conquistas da Federação com a vinda dos administrativos da educação para o Estatuto dos Profissionais da Educação Básica de MS terminará de vez com a dúvida de quem representa de fato a categoria sindicalmente. “Atualmente a nossa carreira não é única, é a mesma dos outros servidores públicos, com a nossa vinda para o Estatuto dos Profissionais da Educação, nós seremos considerados de direito educadores, portanto quem nos representará legalmente será quem luta realmente pelas nossas causas, a FETEMS”, disse.
Após a Asssembleia Geral da FETEMS, realizada no final da tarde desta quinta-feira, no plenário “Julio Maia” da Assembleia Legislativa, onde a comissão da Federação e os deputados estaduais Pedro Kemp (PT) e Lauro Davi (PSB) fizeram os repasses para a categoria de como foi a reunião entre os deputados e os representantes do movimento sindical, os trabalhadores em educação deixaram a Casa de Leis afirmando que seguem mobilizados e que participarão em peso da sessão solene, terça-feira (15), que irá votar o Projeto de Lei do reajuste salarial dos administrativos da educação e onde será assinado o documento com os compromissos do poder executivo e legislativo com os administrativos da educação. A diretoria da Federação afirma que a meta de mobilização para a próxima terça-feira é o dobro dos trabalhadores em educação que estavam presentes na Assembleia nestes dois dias.
Por: Da Redação